Negócios

Essa startup permite que empresas criem redes sociais aos funcionários. E vai faturar R$ 15 milhões

Já são 160 empresas e 650.000 funcionários cadastrados nas redes sociais feitas pela Dialog

Hugo Godinho, CEO da Dialog: carioca quer usar os dados que capta da rede social para gerar informação e reports para as equipes de recursos humanos (Dialog/Divulgação)

Hugo Godinho, CEO da Dialog: carioca quer usar os dados que capta da rede social para gerar informação e reports para as equipes de recursos humanos (Dialog/Divulgação)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 10 de outubro de 2023 às 15h56.

Última atualização em 3 de outubro de 2024 às 11h35.

Sabe aqueles e-mails que a equipe de recursos humanos manda aos funcionários dando os informativos sobre as novidades ou atualizações de negócios? A startup carioca Dialog deu um passo além: se o RH quiser, pode até mandar e-mail, mas também pode fazer a comunicação interna a partir de um aplicativo próprio. Uma espécie de rede social que é gerida pela própria empresa e que os funcionários podem interagir, comentar, criar grupos, responder pesquisas, consultar benefícios, ver controle do ponto e, claro, receber os informativos da comunicação interna.

“O funcionário baixa o aplicativo, que pesa menos do que uma foto, e pode receber tudo que a empresa precisa comunicar por aí”, afirma Hugo Godinho, que é CEO da Dialog desde o final de 2022. “E o RH, por sua vez, consegue ver o índice de engajamento, ver quem está recebendo as comunicações e como está interagindo com isso”.

Aliás, a ideia de Godinho é usar cada vez mais esses dados, inclusive para começar a fazer associações. Uma pesquisa feita pela Dialog, por exemplo, com uma varejista, mostrou que o funcionário reduzia o engajamento com o aplicativo 30 dias antes de pedir demissão. “Isso permitiu que ela pudesse fazer uma estratégia para tentar reduzir o turnover”, diz. “Queremos que as empresas usem os dados que captam na plataforma da Dialog para ter maior produtividade na comunicação”.

Outro exemplo é fazer testes para ver qual comunicação é mais efetiva. Para uma equipe de funcionários, a plataforma testa um informativo. Para a outra, testa uma comunicação diferente. A partir disso, a startup percebe qual teve maior engajamento ou qual gerou mais resultado, e faz o relatório para a equipe de RH.

Com esse trabalho, e com um portfólio de 160 empresas e 650.000 funcionários cadastrados, a Dialog faturou 8,7 milhões de reais em 2022, um crescimento de 84,2% frente a 2021. E para 2023, quer bater os 15 milhões de reais em faturamento. Ou seja, praticamente dobrar novamente. A previsão de ARR (Receita Recorrente Anual) para os próximos 12 meses é de 25 milhões de reais.

Para isso, o plano tem sido intensificar o uso de dados para subir o tíquete médio. Também agregaram novos produtos, como um chatbot que usa inteligência artificial para ajudar as equipes de RH a escrever os comunicados internos. E, claro, achar novos clientes. 

Como a Dialog nasceu

A história da Dialog e do atual CEO, Godinho, conversam. Ele era executivo da InPress, uma das principais empresas de relações públicas do Brasil. Por lá, foi responsável, no início dos anos 2000, a construir a área digital, que chegou a ter 50 pessoas. Em 2015, trabalhou com um selo de inovação dentro do grupo, e começou a discutir como trazer tecnologias para media training, gestão de crise e comunicação interna.

“E no caso da comunicação interna, criamos a Dialog, em 2016”, diz Godinho.

Em 2016, ainda dentro da Inpress, a PepsiCo foi a primeira cliente da Dialog. Até 2018, ela ficou como um braço da Inpress, até fazer o spin-off e ir ao mercado. À época, já tinha outros grandes clientes, como Klabin e Carrefour. 

“Foi uma startup que nasceu com clientes enterprise”, diz Godinho. “Lançamos a Dialog e começamos a trajetória mais startup. E fomos diversificando. Hoje não somos só uma rede social. Entregamos comunicação interna em todos canais, e agora, até com inteligência artificial”.

E não foi só a Dialog que “saiu” da Inpress. Godinho também decidiu sair da companhia para focar na startup de comunicação interna. “Sabia que ali tinha uma coisa que poderia dar muito certo e ter minha cara”, afirma. “Foi a hora certa de ficar focado”.

Como a Dialog está usando dados e inteligência artificial

Como a Dialog tem a rede social em que os funcionários interagem sobre assuntos da empresa, a startup consegue mapear esse engajamento e gerar informações para os recursos humanos das companhias. É o comportamento digital do funcionário.

“Conseguimos entender quando o funcionário quer receber mais mensagem, qual a comunicação mais efetiva, e reportamos tudo para a empresa”, diz. “E mapeamos que uma boa experiência de funcionário traz resultado na prática. As companhias ficam quase 50% mais competitivas”. 

Agora, o próximo passo é usar mais inteligência artificial. A Dialog lançou um chatbot integrado ao Chat GPT e a outras inteligências para que as equipes de recursos humanos recebam ajuda para construir a comunicação interna. “O RH diz na plataforma qual o objetivo da comunicação, o tema, quais reações espera, e recebe o texto para enviar a comunicação”. 

Como a Dialog quer crescer

  • Se tornando referência em dados sobre funcionários
  • Escalar o produto sem perder a capacidade de analisar os dados
  • Ter estudos de engajamento para saber como estão as participações dos funcionários
  • Adicionar outras áreas de recursos humanos no aplicativo, como pesquisas de clima

Empresa faz parte do ranking Negócios em Expansão

A Dialog foi uma das vencedoras do ranking EXAME Negócios em Expansão 2023, levantamento da EXAME e do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME), com suporte técnico da PwC Brasil.

A empresa ficou na 61ª colocação na categoria de 5 a 30 milhões de reais, com um crescimento de receita líquida de 84,25%. Em 2021, a receita líquida foi de R$ 4,7 milhões. Em 2022, subiu para R$ 8,7 milhões. 

Quer ser informado quando começarem as inscrições para o ranking em 2024? Clique aqui e deixe seus contatos

O ranking é uma forma de reconhecer os negócios e celebrar o empreendedorismo no país. Com gestões eficientes, análise de oportunidade, novas estratégias e um bom jogo de cintura, os executivos no comando desses negócios conseguiram avançar no mercado.

Neste ano, a lista traz 335 empresas de 22 estados, representantes das cinco regiões do país. Em relação ao ano anterior, o número de selecionadas representa aumento de 63%. Veja os resultados:

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