Negócios

Essa empresa fez um “Netflix da saúde”. E recebe R$ 1,3 milhão para crescer o número de assinantes

Empresa mira na categoria de healthtech, que, no mundo, deve bater os 504 bilhões de dólares já em 2025

Fernando Teitelbaum, do Zenit: desde a fundação, em 2022, até agora, a empresa conquistou 36.000 assinante (Zenit/Divulgação)

Fernando Teitelbaum, do Zenit: desde a fundação, em 2022, até agora, a empresa conquistou 36.000 assinante (Zenit/Divulgação)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 7 de outubro de 2023 às 08h00.

Durante a pandemia, muita gente ficou num dilema: como continuar a fazer exercício, mas sem sair de casa. Foi quando se popularizaram os aplicativos fitness e as vídeo-aulas com professores ensinando os treinos. Mas a popularidade ficou. Uma estimativa da consultoria Allied Market Research mostra que, pelo mundo, o mercado de apps voltados a atividades para o corpo atingirá 619 bilhões de reais em 2030, com projeção de crescimento de 24,3% anualmente até lá. Olhando mais amplamente, a categoria de healthtech deve bater os 504 bilhões de dólares já em 2025. 

Esses bons números ajudam na aposta do Zenit de crescer nos próximos anos. A plataforma gaúcha se considera uma “Netflix da saúde”. Ela oferece vídeo-aulas para prática de ioga, exercícios físicos, luta funcional, dicas de alimentação, crossfit, reeducação alimentar, exercícios para gestante e idosos.

“Soluções individuais tinham aos montes”, afirma Fernando Teitelbaum, cofundador e COO da healthtech. “O que fizemos foi agrupar tudo em uma única plataforma. A pessoa acessa e tem acesso a treinos de ioga, corrida, academia”. 

Desde a fundação, em 2022, até agora, a empresa conquistou 36.000 assinantes. Mas agora quer dar um passo além. E vai aproveitar um aporte que acaba de receber, de 1,3 milhão de reais, para isso. O dinheiro foi captado via Captable, uma plataforma que faz crowdfunding para investimentos em startups. No total, 244 investidores participaram da rodada, incluindo a Oikos, um multifamily office do Distrito Federal, e a Spalla Partners, uma empresa de investimentos capitaneada por ex-executivos do Grupo RBS, veículo de mídia do Rio Grande do Sul. 

O que o Zenit faz

O Zenit é uma plataforma de treinos online. Ele oferece aulas que vão de ioga à corrida e luta funcional. O cliente acessa o site, faz o login e coloca os objetivos. A partir disso, recebe uma trilha de treinos e opções de aulas. Nisso, afirma Teitelbaum, diferenciam-se da Netflix: no Zenit, cada usuário terá uma trilha personalizada com cursos e treinos. “O cliente responde um questionário, entendemos o perfil e criamos uma jornada personalizada”, diz. “É o Netflix personalizado”.

O Zenit fatura cobrando uma anuidade do serviço, que vai de 9,9 reais a 29,9 reais por mês. Já os professores ganham uma porcentagem por “projeto” assinado. Por exemplo, se na trilha de um cliente, o ioga é selecionado, o professor de ioga ganhará por isso. A startup estuda, porém, para conseguir remunerar o tutor também pelo tempo de tela assistido. 

Em 2022, faturou 5 milhões de reais. A ideia é fazer uma rodada series A quando o faturamento bater em torno de 15 milhões. 

Como foi a captação

O Zenit e a Captable já “se namoravam” há alguns meses. Além do entendimento de mercado que era uma boa startup para receber aporte via crowdfunding, havia até mesmo uma aproximação física. As duas empresas têm escritórios no mesmo local, o Instituto Caldeira, em Porto Alegre. 

“No processo anterior a essa startup ser disponibilizada, a gente fez todo estudo, conversamos com investidores, levamos oportunidade para outros players”, diz Leonardo Zamboni, sócio da Captable. “Além disso, o Zenit tinha uma comunidade muito forte, pessoas que queriam investir nela. Esses investidores entraram via Captable”. 

Há números sobre os investidores do Zenit via Captable: 

  • 244 investidores
  • 105 cidades diferentes
  • 20 Estados
  • Uma cidade de Portugal.

Como o dinheiro será usado 

De acordo com a startup, os recursos serão canalizados para expandir os serviços digitais de saúde integral. “Definimos que 40% serão destinados ao desenvolvimento de novos produtos e crescimento nas vendas”, diz Teitelbaum. “O restante dos recursos serão destinados em partes iguais nas áreas de tecnologia, expansão no mercado e investimentos focados no setor B2B”. 

Aliás, o B2B é uma das apostas da empresa. A startup quer oferecer mais a tecnologia para ser um benefício oferecido por outras companhias aos seus funcionários. Ainda não é o mais representativo do faturamento, mas como boa parte do mercado de saúde brasileiro é ligado ao B2B, as apostas de crescimento são altas.

Acompanhe tudo sobre:StartupsRio Grande do Sul

Mais de Negócios

As 15 cidades com mais bilionários no mundo — e uma delas é brasileira

A força do afroempreendedorismo

Mitsubishi Cup celebra 25 anos fazendo do rally um estilo de vida

Toyota investe R$ 160 milhões em novo centro de distribuição logístico e amplia operação