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Essa é uma das empresas por trás do sucesso logístico da Ambev

O desafio da cervejaria era encher o caminhão completamente para fazer entregas em diferentes bares com regularidade

A Ambev usa uma frota própria de caminhões. "Ter uma logística própria é importante para não ficar na mão de motoristas e empresas terceirizadas", diz presidente de empresa parceira (Ambev/Divulgação)

A Ambev usa uma frota própria de caminhões. "Ter uma logística própria é importante para não ficar na mão de motoristas e empresas terceirizadas", diz presidente de empresa parceira (Ambev/Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 4 de dezembro de 2020 às 06h00.

Última atualização em 4 de dezembro de 2020 às 14h30.

Líder do mercado há décadas, a Ambev tem uma grande fortaleza: sua logística e distribuição. Com 30 fábricas e 100 centros de distribuição em todo o país, a Ambev precisava de um sistema que agregasse as informações de todos os pedidos e da produção disponível para ser entregue. Entre os 20 parceiros de sistemas para a logística da gigante brasileira está BRQ, empresa de transformação digital, para fazer entregas mais assertivas para bares e restaurantes em todo o país

Um dos desafios da cervejaria era encher o caminhão completamente para fazer entregas em diferentes bares com regularidade. A parceria com a BRQ começou este ano e a startup é responsável por menor de 5% da logística total. Mas já faz a diferença: dois meses depois da adoção do sistema da BRQ, as entregas corretas cresceram.

Esse crescimento foi graças à agregação dos dados de todos os centros de distribuição da Ambev em um único sistema e painel de controle. Entre outros clientes da BRQ estão gigantes como JBS, Pão de Açúcar, Itaú, Porto Seguro, Santillana, Bradesco Seguros, Leroy Merlin, Claro, entre outros.

A entrega assertiva e frequente nos bares e restaurantes é essencial para a Ambev. O seu modelo de distribuição é diferente do usado pela Heineken. Enquanto a Heineken produz de acordo com os pedidos feitos por seus distribuidores, bares e supermercados, a tal da distribuição puxada, a Ambev tem um modelo de distribuição empurrada. 

Ela produz e depois vai até os varejistas para vender seu estoque. Foi assim que ela conseguiu, por alguns anos, dominar prateleiras nos mercados e as geladeiras dos bares. Oferecer geladeiras, mesas e cadeiras das suas marcas também é uma estratégia muito usada pela brasileira, enquanto não é prioridade para a concorrente. Por isso, ter uma distribuição cada vez mais eficiente de sua produção é essencial, ainda mais agora que a cervejeira brasileira perde espaço no mercado para sua rival holandesa.

A concorrência vem se multiplicando em todos os nichos e sendo mais ágil em responder a novos hábitos de consumo. Até varejistas online já passaram a ser uma ameaça. Assim, a multinacional que surgiu da fusão entre as arquirrivais Antarctica e Brahma em 1999 e durante décadas foi modelo de sucesso para as empresas brasileiras mais ambiciosas agora se tornou o grande exemplo de negócio que precisa se reinventar. Com startups e outros parceiros, a empresa busca reinventar sua gestão, logística e produtos.

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