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Espanha reitera vontade em vender navios de guerra ao Brasil

Concorrência ainda está em fase inicial, mas sete ofertas já foram pré-selecionadas: a espanhola, a alemã, a sul-coreana, a francesa, a italiana, a holandesa e a inglesa

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 12 de março de 2013 às 19h32.

Brasília - O ministro da Defesa da Espanha, Pedro Morenés, confirmou nesta terça-feira o "enorme interesse" de seu país em participar de uma licitação que o Brasil abrirá para a compra de 11 navios de guerra e garantiu a transferência de tecnologia exigida na negociação.

"Evidentemente a Espanha tem um enorme interesse" e oferecerá nessa concorrência os navios F100, construídos pelos estaleiros Navantia, e que são, segundo Morenés,"os mais avançados do mundo em sua categoria".

Segundo fontes do setor militar consultadas pela Agência Efe, a licitação brasileira deve rondar um valor próximo aos R$ 4 bilhões.

A concorrência ainda está em fase inicial, mas sete ofertas já foram pré-selecionadas: a espanhola, a alemã, a sul-coreana, a francesa, a italiana, a holandesa e a inglesa.

Uma das exigências que o Brasil vai impor na fase final da concorrência se refere a uma transferência obrigatória da tecnologia por parte do país que vencer a licitação, o que, segundo Morenés, não será nenhum inconveniente para a Espanha.

O único obstáculo que poderia surgir seria alguma objeção por parte dos Estados Unidos, que fornece alguns dos sistemas que equipam essas fragatas, admitiu o ministro espanhol.

No entanto, ele esclareceu que, nesse caso extremo, não seria nenhum inconveniente incorporar aos F100 outros sistemas, que seriam "iguais e suficientemente competitivos".

Morenés se reuniu hoje em Brasília com o ministro da Defesa, Celso Amorim, e disse concordar "totalmente" com a exigência da transferência de tecnologia nas negociações militares.


Após a reunião, foi divulgado um comunicado que garante que os dois "insistiram na importância de estabelecer a transferência de tecnologia em indústrias de Defesa como um dos parâmetros da cooperação no marco de um benefício mútuo a longo prazo".

O encontro desta terça-feira ocorreu no marco da Associação Estratégica adotada pela Espanha e Brasil em 2003 e, segundo explicou Morenés a jornalistas, serviu para dar seguimento aos acordos de cooperação em Defesa assinados no ano passado, em Madri, pelo presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, e pela presidente Dilma Rousseff.

Nessa oportunidade foi definida também a criação de um Grupo de Trabalho Bilateral sobre Cooperação Industrial em Matéria de Defesa que deve se reunir pela primeira vez em junho desse ano.

Uma das prioridades do grupo, de acordo com o comunicado oficial, será a cooperação na área de "ciber defesa", que na opinião do ministro espanhol representa um dos "novos e maiores" desafios para o setor de segurança, e requer uma sólida ação conjunta em âmbito internacional.

Antes de viajar ao Peru - a segunda escala de uma viagem que começou nesta segunda-feira em Cabo Verde e que será concluída no Chile - Morenés disse a jornalistas que convidou Amorim para visitar a Espanha e continuar as conversas iniciadas hoje.

Além disso, garantiu que a Espanha terá uma forte presença na feira "LAAD Security & Defense", uma exposição de equipamentos militares que será realizada no Rio de Janeiro de 9 a 12 de abril desse ano. EFE

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