Volkswagen: a empresa admitiu a fraude em motores de 11 milhões de veículos no mundo todo (REUTERS/Stefan Wermuth)
Da Redação
Publicado em 19 de outubro de 2015 às 11h17.
Madri - A promotoria da Audiência Nacional da Espanha pediu autorização da justiça para abrir uma investigação contra a Volkswagen por fraude e crimes contra o meio ambiente, pelo escândalo de manipulação das emissões de gases poluentes que afetaram 700 mil veículos no país.
O promotor explicou no documento que as emissões lançadas pelos veículos manipulados podem "ter causado danos substanciais à qualidade do ar".
Levando em conta que o uso de motores ambientalmente corretos recebe subvenção pública, argumentou o Ministério Público, "o engano também pode ter representado gastos injustificados do erário".
A Volkswagen admitiu a fraude em motores de 11 milhões de veículos no mundo todo.
O promotor Marcelo de Azcárraga pediu ao magistrado que exija do Grupo Volkswagen a relação de todos os veículos afetados na Espanha, que a companhia já cifrou em 683.626, sendo 221.783 deles da marca Seat.
Além disso, quer que o grupo VW nomeie um advogado e um procurador no país, e que identifique a empresa que executou a trucagem.
A promotoria também pediu ao Ministério de Indústria que forneça toda a informação que tenha sobre o assunto, incluindo a sentença da Agência Ambiental Americana (EPA) e outras periciais, os relatórios apresentados pela companhia e o montante das ajudas públicas dadas para a aquisição desses veículos.
Por último, pediu que o Ministério do Meio Ambiente entregue relatórios sobre os veículos manipulados para determinar seu grau de emissões nocivas.
Para resolver o "desafio técnico" de fabricar um motor que consuma pouco e mantenha grande potência sem desprender gases acima do limite, a Volkswagen introduziu um software em seus motores à diesel 2.0 TDI, da família EA 189.
Esse programa é capaz de detectar quando o veículo está sendo testado para reduzir suas emissões poluentes, de modo que se adaptem aos parâmetros exigidos pela legislação ambiental.
No entanto, já fora do banco de provas e em condições de funcionamento normal, os carros emitiam gases muito acima dos limites permitidos, que chegavam a ser 40 vezes mais do que o dos testes.