(Getty Images/Reprodução)
Jornalista
Publicado em 26 de agosto de 2022 às 11h30.
Última atualização em 1 de julho de 2024 às 15h01.
Se você tem acesso a internet e costuma acompanhar as notícias – especialmente aquelas relacionadas à negócios ou carreira – é bem provável que já tenha ouvido falar sobre ESG. Afinal, considerado fundamental para o sucesso das empresas na nova economia, este é um mercado que já movimenta trilhões de dólares e gera milhares de oportunidades de trabalho todos os dias.
Mas, apesar de sua crescente importância no mundo corporativo, sabemos que a sigla ainda gera algumas dúvidas. Por isso, reunimos abaixo as respostas para as principais perguntas relacionadas ao tema. Confira.
A sigla ESG (acrônimo em inglês para environmental, social and governance), diz respeito a um conjunto de práticas adotadas pelas empresas em prol de um desenvolvimento com menos impactos negativos para o meio ambiente, mais positivo para a sociedade e que ajude a tornar a governança corporativa mais responsável e transparente com relação a sua tomada de decisões.
Pautas como gestão de risco, transparência fiscal, segurança dos funcionários e redução dos impactos da cadeia de produção são alguns exemplos de questões que fazem parte da agenda ESG nas empresas.
A sigla surgiu a primeira vez em 2004, dentro de um grupo de trabalho do Principles for Responsible Investment (PRI), rede ligada à ONU que tem objetivo de convencer investidores sobre investimentos sustentáveis.
“A ideia foi inverter a lógica do que, na época, era chamado de investimento ético, para se concentrar em fatores relevantes para os investidores[...] Algumas pessoas usam o termo de maneira mais ampla, mas o ponto central é a incorporação de fatores socioambientais nos investimentos para gerenciar riscos”, afirmou James Gifford, um dos criadores do termo.
Não é de hoje que o investimento sustentável entrou no radar dos investidores – mas ele se tornou ainda mais atrativo quando levantamentos começaram a comprovar que empresas alinhadas às boas práticas de ESG tendem a fazer um melhor gerenciamento de risco, conquistar melhores resultados e têm menos chance de enfrentar problemas jurídicos. Para se ter ideia, de acordo com o relatório Edelman Trust Barometer Special Report: Institutional Investors, em 2020 (ano mais crítico da pandemia) 95% dos índices de sustentabilidade performaram melhor que os de bolsas que não consideram esses critérios.
“Se você investe no longo prazo, não vai querer apostar seu dinheiro em empresas que ficaram paradas no tempo. Mas, sim, em companhias inteligentes e responsáveis que trabalharão para atender às necessidades das pessoas nesta era desafiadora. Empresas com boas práticas de governança têm mais chances de serem responsáveis, ágeis e de alcançar o sucesso”, justificou Vincent Stanley, coautor do livro The Responsible Company e diretor de Filosofia da Patagonia, em entrevista exclusiva à EXAME.
De maneira simplificada, a resposta para esta pergunta é “não”. Mas vamos explicar melhor. Ao passo em que os impactos das mudanças climáticas ficam cada vez mais evidentes (e que consumidores e stakeholders voltam seus olhares para isso) também fica claro que, mais do que uma tendência ou moda passageira, o ESG é essencial para manter a competitividade das empresas. E os resultados apresentados pelas organizações verdadeiramente comprometidas com essa agenda não deixam dúvidas sobre a importância da sigla.
O problema é que algumas empresas (que, na prática, não têm nada de ESG) adotam discursos sustentáveis apenas para tentar atrair mais clientes ou melhorar sua imagem no mercado. Esta prática, que ficou conhecida como greenwashing (do inglês, 'lavagem verde') é o que leva algumas pessoas a questionarem a veracidade do ESG.
É preciso ter em mente que o ESG não é uma receita única para todas as empresas. As questões ambientais são muito mais relevantes para alguns setores (como os de energia, transporte e mineração) do que para outros (como o setor financeiro, por exemplo). Para o setor de tecnologia, onde inovação é essencial, conseguir atrair e reter talentos e ter um time diverso é muito importante. Já para uma empresa de infraestrutura que presta serviços para o governo, a governança é provavelmente o ponto mais relevante.
Por isso, antes de começar a colocar o ESG em prática, é preciso entender o que é de fato material para cada negócio. Com isso mapeado, é possível dar os próximos passos – que incluem a contratação de profissionais capazes de implementar os critérios ESG dentro das companhias e a criação e monitoramento de indicadores.
Os profissionais de ESG são os principais responsáveis por alinhar o discurso sustentável à prática dentro das organizações. São, pessoas capazes de entender, implementar e medir os impactos dos padrões de responsabilidade social, governança e sustentabilidade no desempenho dos negócios.
“É claro que o top management e o conselho precisam estar alinhados na agenda ESG, mas o profissional de sustentabilidade é quem vai ajudar a implementá-la”, diz Renata Faber, head de ESG da Exame e professora da série gratuita Carreira em ESG, que estreia no próximo dia 12 com o objetivo de orientar profissionais interessados em migrar de carreira para ingressar nesta, que é uma das áreas mais promissoras do mercado. Para ter acesso ao conteúdo gratuitamente, os interessados devem realizar um cadastro clicando no botão abaixo.
Ciente do crescente interesse pelo tema (e da enorme demanda por profissionais especializados no assunto por parte do mercado), a EXAME Academy, braço educacional da EXAME, vem aumentando a oferta de cursos relacionados à área de ESG em sua plataforma nos últimos meses.
Agora, para reforçar o seu compromisso com a democratização da informação de maneira acessível, a EXAME irá promover, gratuitamente, uma série de encontros sobre o tema com a Renata Faber, especialista no assunto que já acumula anos de experiência no setor.
Durante as aulas, que acontecem entre os dias 12 e 20 de setembro, a executiva irá guiar os alunos para que consigam ingressar na promissora área do ESG. Dentre os temas abordados ao longo da série, estão a definição aprofundada do que é ESG, reflexões sobre como o tema impacta o mercado e a economia e, claro, os caminhos para começar a construir uma carreira na área.