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Escritórios entram com processos contra a Volkswagen

Diversos escritórios de advocacia da América do Norte entraram com processos coletivos pelo escândalo de manipulação das emissões de gases poluentes


	Nuvens carregadas são vistas sobre um símbolo Volkswagen no portão de entrada da fábrica da empresa em Wolfsburg, Alemanha
 (Getty Images)

Nuvens carregadas são vistas sobre um símbolo Volkswagen no portão de entrada da fábrica da empresa em Wolfsburg, Alemanha (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2015 às 23h05.

Washington - Diversos escritórios de advocacia da América do Norte entraram com processos coletivos contra a Volkswagen pelo escândalo de manipulação das emissões de gases poluentes nos veículos a diesel, e exigem milhões de dólares em compensação pelos danos.

Nos últimos dias, pelo menos nove escritórios dos Estados Unidos e dois do Canadá anunciaram processos coletivos contra a fabricante alemã depois que a Agência de Proteção Ambiental (EPA) revelou que a Volkswagen manipulou dados dos veículos a diesel para disfarçar as emissões.

O último grupo de advogados a processar a empresa foi o Clifford Law Offices, de Chicago, que disse em comunicado que havia apresentado uma denúncia no estado de Illinois contra a Volkswagen por práticas empresariais fraudulentas.

No Canadá, o escritório Sutts, Strosberg da cidade de Windsor exige da Volkswagen US$ 1 bilhão em danos e US$ 100 milhões de multa. Outra grupo canadense, James Brown & Associates, da cidade de Edmonton, também reivindica US$ 1 bilhão.

A Volkswagen já começou se a preparar para enfrentar a onda de processos e pedidos de indenizações bilionárias. A fabricante alemão contratou os serviços do escritório Kirkland & Ellis, o mesmo que defendeu a petroleira BP após o desastre da plataforma Deepwater Horizon em 2010, no Golfo do México, no litoral do estado da Louisiana.

Diversos escritórios que apresentaram processos coletivos contra a Volkswagen têm experiência em casos similares contra outras fabricantes de automóveis.

O Hilliard Munoz Gonzales, do estado do Texas, por exemplo, participou de um acordo com a GM em representação de 1,3 mil pessoas pelo caso do sistema de ignição defeituoso.

Um dos sócios do escritório, Robert Hilliard, afirmou em comunicado que a "Volkswagen enganou milhões iniciando uma campanha propagandista para promover veículos que disse que tinham tecnologia a 'diesel limpa' sabendo que enganavam o sistema".

O escritório calcula que a Volkswagen cobrou US$ 6 mil extras de cada cliente pela tecnologia "diesel limpa", mas não informou a quantia da indenização que será solicitada.

Os processos não se referem apenas a proprietários de veículos que foram enganados ao pagar mais por seus automóveis, ou que viram o valor de sua compra cair da noite para o dia, mas também os acionistas da Volkswagen.

Os escritórios Bronstein, Gewirtz & Grossman, de Nova York, e Block & Leviton, de Boston, anunciaram que estudam a apresentação de processos em representação dos acionistas da Volkswagen após a dramática perda de valor dos títulos das bolsas de valores da companhia alemã.

Block & Leviton declarou que investiga "se a Volkswagen enganou os investidores ao não revelar sua intenção de disfarçar os controles de emissões" ao instalar um software que manipula os resultados em alguns de seus modelos a diesel.

Em ambos os casos, os escritórios se mostraram dispostos a receber informação de funcionários da Volkswagen que tiverem dados confidenciais sobre a decisão de instalar o software ilegal.

O escândalo que afeta 11 milhões de veículos da Volkswagen para disfarçar as emissões de poluentes custou nesta segunda-feira o cargo do presidente da companhia, Martin Winterkorn.

Winterkorn renunciou hoje, após uma reunião do conselho de supervisão devido ao surgimento do escândalo na sexta-feira passada, o que fez com que a Volkswagen perdesse mais de um terço de seu valor de mercado.

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