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Escola Eleva é vendida: o que acontece com as redes Pensi e Elite?

Demais unidades, que têm 115 mil alunos, não trocarão de mãos

A escola está abrindo classes para o ensino médio em novo prédio tecnológico (Divulgação/Divulgação)

A escola está abrindo classes para o ensino médio em novo prédio tecnológico (Divulgação/Divulgação)

AO

Agência O Globo

Publicado em 6 de maio de 2022 às 17h18.

Última atualização em 6 de maio de 2022 às 17h49.

A rede de escolas Eleva foi vendida para o grupo britânico Inspired Education, de colégios premium, conforme antecipou o colunista do O Globo Lauro Jardim. A rede era do grupo Gera Capital, que tem Jorge Paulo Lemann como seu maior acionista, e que é dono também de outras dezenas de escolas no Brasil.

Mas apenas a unidade chamada pelo grupo de escolas premium foi vendida e ficará agora com os britânicos do Inspired. As demais redes do grupo — Pensi, Elite, Sigma, Ideal, Coleguium, Alfa, CBV, Motivo, Nota10, CEI e Master, que têm 115 mil alunos em 17 estados e no Distrito Federal — seguem sob controle do Gera Capital.

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Além da escola Eleva (com quatro unidades, no Rio, Brasília e Recife) os Batutinhas, no Rio; Gurilândia e Land School, na Bahia; e Centro Educacional Leonardo da Vinci, no Espírito Santo, foram vendidos.

Esses colégios fazem parte da unidade chamada pelo Gera de escolas premium ou globais e reúnem 7 mil alunos, com educação bilíngue em horário integral.

Também segue sob controle do Gera Capital a área de inovação do grupo, chamada de Pátio, que atua em soluções educacionais em tecnologia e conteúdo, e tem sob seu chapéu a edtech Kanttum, de formação para professores e gestores.

Quem é o novo dono da Eleva

A rede de escolas Eleva, que é controlada pelo fundo Gera de educação e tem Jorge Paulo Lemann como seu maior acionista, foi vendida ao grupo Inspired Education, como antecipou o colunista Lauro Jardim. O grupo atua no segmento premium, com mais de 55 mil alunos em 70 escolas espalhadas por 21 países, incluindo Inglaterra, Portugal, Itália e África do Sul.

Sediado em Londres, o conglomerado é controlado por Nadim Nsouli, de cidadania britânica e libanesa. Nsouli fundou o Inspired em 2013 e começou sua onda de aquisições por uma rede de escolas sul-africana, a Reddam House.

No continente africano, Nsouli travou uma briga com os pais que chegou aos tribunais pelo preço da mensalidade durante a pandemia. A escola comandada pelo Inspired adotou a modalidade online de ensino, diante da indefinição do governo sobre o fechamentos das unidades de ensino.

No Quênia, briga com os pais

O Inspired ofereceu 10% de desconto na mensalidade. Os pais, então, recorreram à Justiça queixando-se que tinham de pagar quase a mensalidade integral mesmo com as crianças tendo aulas em casa. A corte local determinou que fosse pago apenas metade do valor.

Mas Nsouli, em reunião com os pais, disse que preferia ter 40% dos estudantes pagando 100% dos valores do que todos pagando 40% das mensalidades.

"Se não puder pagar pelo meus serviços, vou tirá-los", disse na ocasião, de acordo como site local Kahawa Tungu.

Nadim fez faculdade nos EUA e começou a carreira como advogado no país. Também já trabalhou nos bancos de investimento Morgan Stanley e JPMorgan, em Londres, e foi sócio do e fundo de private equity Providence Equity Partners.

Fundos de private equity são aqueles que investem em empresas, buscando participar de sua gestão, com objetivo de vender suas participações futuramente por um valor maior que o aporte feito inicialmente.

Ele também está à frente, ao lado de sua mulher, Simone Cheetham Nsouli, de uma fundação de apoio a crianças com câncer no cérebro. O nome da fundação, Lyla Nsouli, é uma homenagem à filha do casal, que foi diagnosticada com um câncer incurável no cérebro aos 2 anos.

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