São Paulo – Com mais dinheiro no bolso, e vontade de gastar mais com itens de luxo, os brasileiros tem motivado marcas até então inacessíveis a investirem no país. É o caso de Ermenegildo Zegna, que pretende abrir mais duas lojas no Brasil até o ano que vem – investimentos que não devem parar por aí. 

“Hoje o Brasil já representa 40% de nosso negócio na América Latina, ainda pequeno dentro do grupo pela enorme demanda recebida hoje da Ásia. Mas sabemos do potencial de consumo do país e queremos expandir nossa operação de acordo com os resultados das novas lojas”, disse Jason Hitchens, presidente da Ermenegildo Zegna para América Latina em entrevista à EXAME.com. 

Por enquanto, a marca de varejo possui seis lojas concentradas na capital paulista, mas a intenção é expandir para outros estados gradualmente. 

Além dos novos endereços, a empresa pretende popularizar as peças de luxo no Brasil por meio de ações que já vem dando certo lá fora. A principal é oferecer peças para todos os tipos de ocasiões, para que os clientes encontrem ali tanto roupas para praia e esporte quanto para uma reunião de negócios. “Estamos trabalhando duro para comunicar isso e garantir que estamos oferecendo a melhor combinação equilibrada de produtos aos nossos clientes em nossas lojas”, afirmou Hitchens. 

Outras frentes

Em paralelo, a empresa tem investindo em treinamento de pessoas para qualificar ainda mais o nível de atendimento nas lojas, bem como no serviço de costura sob medida, em que o cliente consegue personalizar seu guarda-roupa a seu gosto. 

“Nós também planejamos para renovar e atualizar várias lojas e queremos estender nosso portfólio de marcas para além de nossa principal com, por exemplo, uma marca apenas para lojas de esporte, a Zegna  Sport”, diz  Hitchens. 

A empresa possui hoje dois escritórios principais na América Latina, um na Cidade do México e outro na cidade de São Paulo, responsável pelas operações da marca em outros países latinos, como Chile, Panamá, Peru e Colômbia ( uma loja no Chile também está sendo inaugurada pela marca). No mundo, são mais de 560 lojas no mundo. 

O executivo afirma não ter preocupação da marca ter prejuízo no Brasil a longo prazo, assim como outras marcas de luxo tiveram na China neste ano. “Quando chegamos na China, há 20 anos, nos chamavam de loucos. Porém hoje somos a maior marca de luxo por lá, com 65 lojas”, disse o executivo. “Temos convicção nas oportunidades que existem hoje no Brasil e achamos que podemos chegar neste patamar por aqui também”.