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Equatorial deixa R$4 bi em caixa contra volatilidade eleitoral

Executivo disse que também é interessante manter alguma reserva devido a eventuais oportunidades de negócios que podem surgir neste ano

Equatorial: "Tem a privatização das federalizadas (distribuidoras da Eletrobras) e a gente está olhando fusões e aquisições de uma forma geral", afirmou diretor financeiro (Ina Fassbender/Reuters)

Equatorial: "Tem a privatização das federalizadas (distribuidoras da Eletrobras) e a gente está olhando fusões e aquisições de uma forma geral", afirmou diretor financeiro (Ina Fassbender/Reuters)

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Reuters

Publicado em 9 de março de 2018 às 16h20.

São Paulo - A elétrica Equatorial Energia fechou 2017 com um robusto caixa de 4 bilhões de reais, resultado de captações da companhia para aplicar em obras de linhas de transmissão e de uma dose de cautela com uma possível volatilidade nos mercados em um ano de eleições presidenciais no Brasil, disse nesta sexta-feira o diretor financeiro da companhia, Eduardo Haiama.

O executivo, que participou de teleconferência com investidores, disse após pergunta de um analista que também é interessante manter alguma reserva devido a eventuais oportunidades de negócios que podem surgir neste ano, como a venda de seis concessionárias de distribuição da estatal Eletrobras no Norte e Nordeste.

A Equatorial, que controla distribuidoras no Maranhão e no Pará, poderá avaliar a possibilidade de disputar o leilão de privatização dessas empresas, previsto para maio, bem como outros possíveis negócios.

"Tem a privatização das federalizadas (distribuidoras da Eletrobras) e a gente está olhando fusões e aquisições de uma forma geral", afirmou.

Ele ressaltou, no entanto, que a única coisa que "com certeza" já está no radar por enquanto é o investimento na construção de linhas de transmissão cujas concessões foram arrematadas pela companhia em leilões promovidos pelo governo em 2016 e 2017.

"Parte dessas obras provavelmente vai começar no período eleitoral deste ano. Por mais que o mercado esteja aparentemente um pouco mais tranquilo, vai ter sempre uma volatilidade, e por prudência a gente não quer correr o risco", afirmou.

Em resposta a perguntas de um analista, no entanto, ele disse que a ideia da companhia não é segurar a forte posição de caixa por muito tempo.

"Não é desejo de ninguém ficar carregando um caixa assim muito acima da necessidade... Mas como a gente viu que as condições estavam boas e que com isso a gente evitava o período de potencial volatilidade, até outubro deste ano pelo menos, então foi muito com essa estratégia", justificou.

Ao responder sobre possíveis oportunidades de aquisições, Haiama disse que a Equatorial deverá passar a avaliar oportunidades com maior atenção quanto mais avançarem as obras de suas linhas de transmissão.

"A prioridade é isso (as obras), mas conforme vai passando o tempo e os riscos vão desaparecendo, a gente vai também vendo as oportunidades aparecendo. Certamente é importante ter essa previsibilidade financeira num momento em que parece ter uma janela maior de oportunidades para M&A (fusões e aquisições)", afirmou.

O executivo comentou também que a Equatorial está "muito confortável" com o cronograma para implementação de suas linhas de transmissão e com os termos financeiros dos empreendimentos.

A elétrica já arrematou oito lotes de concessões para a construção de linhas de transmissão, em leilões em outubro de 2016 e em abril de 2017.

Os empreendimentos deverão demandar investimento superior a 4,7 bilhões de reais. Quando concluídas, a partir de 2022, as linhas deverão agregar uma receita anual de 879 milhões de reais à Equatorial.

Essa receita com transmissão deverá se somar a um ativo já em operação adquirido pela empresa no setor, a Intesa, que gera uma receita anual de 67 milhões de reais e tem contrato de concessão até 2036.

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