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Entrada da Eletrobras na EDP faz sentido, diz presidente da EDP

Empresa teria já apresentado, à holding estatal Parpública, uma proposta para comprar 10% da EDP

A notícia que levou as ações da EDP a avançarem nesta terça-feira (Tiago Queiroz)

A notícia que levou as ações da EDP a avançarem nesta terça-feira (Tiago Queiroz)

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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2012 às 13h54.

Lisboa - A aquisição de uma parcela do capital da Energias de Portugal pela Eletrobras faz sentido, disse o presidente-executivo da EDP, António Mexia, acrescentando que aparentemente a privatização de 25 por cento da empresa portuguesa está atraindo interessados.

"A Eletrobras é uma companhia com quem já trabalhamos, é nossa parceira já no Brasil, temos as melhores relações, somos acionistas conjuntos em vários projetos." "Por isso, é um nome que faz sentido, mas é (uma decisão) da exclusiva responsabilidade do governo", afirmou António Mexia a jornalistas.

O Expresso noticiou que a Eletrobras teria já apresentado, à holding estatal Parpública, uma proposta para comprar 10 por cento da EDP, tendo também a argelina Sonatrach e o fundo soberano IPIC de Abu Dhabi mostrado interesse em aumentar as suas posições na EDP para além dos atuais 2 e 4 por cento, respectivamente.

O governo português e a Parpública não fazem comentários, mas, segundo operadores do mercado, foi esta notícia que levou as ações da EDP a avançarem nesta terça-feira.

"Caso seja essa a decisão, a EDP vai colaborar para a construção dessas parcerias, no sentido de reforçar aquilo que é o crescimento da companhia, aquilo que é a estabilidade do acionista e que a EDP continue a dar contribuição indispensável à economia portuguesa", disse Mexia.

O presidente-executivo da EDP afirmou que "já há aparentemente interessados, que têm comunicado o seu interesse, tanto ao governo, como à Parpública, que é a quem compete tomar decisões".

Segundo o acordo de resgate de 78 bilhões de euros assinado por Portugal com a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Estado tem de privatizar os 25 por cento que possui na EDP, preferencialmente até o final de 2011.

No entanto, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou na semana passada que o governo português vai acelerar o programa de privatizações, incluindo a venda dos 25 por cento que o Estado tem na EDP e dos 51 por cento que tem na REN. O objetivo é concluir este processo até ao fim do terceiro trimestre.

António Mexia frisou que "à EDP compete no fundo demonstrar que é capaz de criar uma companhia, a maior companhia portuguesa, a maior multinacional, que é capaz de atrair interesse por parte de outros nomes do mercado".

"A EDP conseguiu criar uma história individual, de criação de valor único, distintiva em relação a outros operadores, temos crescido mais do que os outros operadores europeus", afirmou.

O acordo com a Troika prevê que o Estado português elimine as 'golden shares' ou direitos especiais, em empresas como a EDP e a Portugal Telecom.

"Encaro estes momentos como um desafio, mas sobretudo como uma oportunidade. O que acontece é que a próxima fase de privatização dá uma oportunidade à companhia, do ponto de vista do que são instrumentos financeiros para o seu crescimento", disse.

O executivo comentou que a EDP é a empresa mais eficiente do setor na península ibérica e que é "ótimo" que a empresa atraia acionistas e que haja investidores interessados.

"É natural que a saída do Estado coloque a questão de quem serão os novos acionistas", disse.

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