São Paulo - A parceria do banco Santander com a empresa de processamento e transações eletrônicas Getnet para desenvolver um novo negócio de captura e processamento de operações com cartões de débito e crédito não deve beneficiar o banco no curto e no médio prazo, segundo o banco de investimentos britânico Barclays.

Os analistas afirmam que, embora a estratégia do Santander Brasil de iniciar o novo negócio possa reforçar a relação comercial do banco com pequenas e médias empresas ao oferecer a estas um pacote mais completos de produtos, a contribuição dos ganhos para a empresa devem ser inicialmente limitados.

Em uma situação hipotética, assumindo que o Santander Brasil seja capaz de conquistar 10% de participação de mercado nas transações com cartão, os analistas do Barclays dizem ser possível esperar um incremento nos ganhos antes de impostos da ordem de 150 a 200 milhões de reais em 2011. "Isso é apenas cerca de 1,5% do que estimamos para o lucro antes de impostos do banco para aquele ano", diz o relatório do Barclays.

"Ao longo do tempo, entretanto, reconhecemos que a iniciativa pode, potencialmente, ter um impacto positivo no negócio de serviços bancários do Santander com pequenas e médias empresas, em termos de rentabilidade e volumes", afirmam os analistas do banco britânico.

Às 15h59, as ações do Santander (SANB11) operavam em queda de 0,65%, negociadas a 23,10 reais. Já os papéis da Cielo (CIEL3) registravam queda de 1,98%, cotadas a 14,85 reais. As ações da Redecard (RDCD3) operavam em queda de 3,14%, negociadas a 25,57 reais. O Ibovespa, em queda de 1,39%, chegava aos 68.829 pontos.

Cartões
O Santander formalizou, na quinta-feria (15/01), sua entrada no mercado brasileiro de cartões, ao assinar com a Getnet os principais documentos que estabelecem uma parceria entre as duas empresas para iniciar o novo negócio.

O passo estratégico coloca o banco espanhol na briga com Redecard e Cielo, principais players do mercado no Brasil, pelo setor de transações com cartão de débito e crédito. A Getnet, segundo os analistas do Barclays, possui uma rede que, atualmente, equivale a 10% do tamanho das redes de Cielo e Redecard.