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Engie vê bom desempenho na TAG e avaliará compra de 10% no ativo

O CEO disse que a empresa está preparada para eventuais oportunidades, mas ressaltou não ver ainda um movimento forte nesse sentido

Engie: a empresa possui projetos de geração eólica e de linhas de transmissão em andamento (Charles Platiau/Reuters)

Engie: a empresa possui projetos de geração eólica e de linhas de transmissão em andamento (Charles Platiau/Reuters)

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Reuters

Publicado em 18 de junho de 2020 às 14h49.

A Engie Brasil Energia tem verificado desempenho positivo na empresa de gasodutos TAG, adquirida da Petrobras no ano passado, e poderá avaliar a compra de uma fatia de 10% ainda detida pela petroleira estatal no negócio, disse o presidente da Engie nesta quinta-feira.

"A operação está melhor do que a gente esperava, especialmente pelo custo de financiamento mais baixo do que a gente tinha traçado. A gente tem também a oportunidade de comprar os 10% da Petrobras, que está em processo de venda", afirmou o CEO, Eduardo Sattamini, ao participar de transmissão ao vivo online promovida pelo banco Safra.

Um consórcio entre a unidade da Engie no Brasil, a controladora da companhia na França e o fundo de pensão canadense Caisse de Dépôt et Placement du Québec (CDPQ) chegou a acordo para a compra da TAG em meados do ano passado, em negócio de 8,6 bilhões de dólares.

Cerca de 70% do valor da aquisição foi financiado por um grupo de bancos em empréstimo de longo prazo na modalidade project finance.

A Engie não divulgou condições do financiamento, mas a Selic, taxa de juros de referência no Brasil, foi reduzida pelo Banco Central na quarta-feira a 2,25% ao ano, uma mínima histórica, em meio à deterioração da economia depois da pandemia de coronavírus.

Os impactos negativos das medidas de isolamento adotadas contra o vírus sobre empresas também podem, na visão de alguns, gerar uma tendência de consolidação no setor de energia, com grandes grupos comprando empresas que possam eventualmente enfrentar dificuldades.

Questionado durante a transmissão sobe essa possibilidade, Sattamini disse que a empresa está preparada para capturar eventuais oportunidades, inclusive com espaço no balanço, mas ressaltou não ver ainda um movimento forte nesse sentido.

"Na área do setor elétrico, de energia, de gás, isso não é tão claro...óbvio que alguns pequenos ´players´ vão talvez ter alguma dificuldade e apresentar pontualmente oportunidades de consolidação, mas não vejo isso assim como uma enxurrada de oportunidades que vão estar se colocando à nossa frente".

Obras

O presidente da Engie Brasil Energia ainda disse que a pandemia e as medidas de isolamento adotadas para tentar conter o vírus chegaram a causar dificuldades pontuais em algumas obras da companhia, mas não atrapalharão o cronograma final dos empreendimentos em execução.

A empresa possui projetos de geração eólica e de linhas de transmissão em andamento.

"Continuamos com nossas obras em andamento. Temos percalços, sim, mas todos sendo contornados. A princípio nenhum impacto de grande escala", disse Sattamini.

Com isso, acrescentou, a empresa não vê no momento necessidade de pedir alguma postergação de prazos ou perdão por atraso à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

O executivo também destacou a liberação recente pelo BNDES de financiamentos para projetos da companhia.

"Isso garantiu os recursos das obras que a gente está executando, é nossa garantia de que vamos continuar as obras e entregá-las dentro do prazo."

Os financiamentos do BNDES à Engie envolveram 2,51 bilhões de reais para o projeto de transmissão Novo Estado e 2,7 bilhões para o complexo eólico Campo Largo Fase 2 e o empreendimento Gralha Azul, que também envolve linhas de transmissão.

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