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Energia solar por assinatura: Vox e Copel lideram investimento de R$ 26 milhões na Nextron

Com um modelo de oferta por assinatura, a startup paulistana faz a ponte entre usinas geradoras de energia solar e os consumidores

Ivo Pitanguy e Roberto Hashioka, da Nextron: queremos chegar a 50.000 clientes no fim do ano (Nextron/Divulgação)

Ivo Pitanguy e Roberto Hashioka, da Nextron: queremos chegar a 50.000 clientes no fim do ano (Nextron/Divulgação)

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 6 de março de 2024 às 07h49.

Última atualização em 7 de março de 2024 às 13h53.

Ainda incipiente no Brasil, o mercado de geração de energia distribuída ganha atenção cada vez maior. Não é à toa, nos próximos anos o setor pode ser a porta de entrada para que milhões de consumidores façam a portabilidade e consumam energia a partir da energia solar.

É neste contexto que a Nextron observa o papel que pretende desempenhar no mercado. Com um modelo de oferta por assinatura, a startup faz a ponte entre usinas geradoras de energia solar e os consumidores com contas que superam os 200 reais.

No fim do dia, os usuários conseguem até 20% em descontos, segundo números internos, e os provedores de energia podem acelerar o retorno do capital investido para criar as fazendas de placas solares. 

No mercado há pouco mais de 2 anos, a empresa paulistana oferece o serviço em 12 estados, incluindo Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Santa Catarina e Rio Grande do Norte.  

Como os recursos serão usados

O negócio foi criado por Ivo Pitanguy e Roberto Hashioka e acaba de fechar uma rodada série A no valor de R$ 26 milhões. O investimento é uma dobradinha entre o fundo de impacto Vox Capital e a Copel Ventures, o Corporate Venture Capital da Copel, gerido pela própria Vox. 

A Endeavor Scale-up Ventures também está na movimentação, acompanhada por Valor Capital Group e Barn Investimentos, nomes que lideraram a rodada seed no valor de R$ 11,5 milhões, em maio de 2022.

Os recursos serão usados para ajudar a startup ganhar escala e chegar ao restante do país. “Junto com esses investidores novos, nós vamos conseguir criar esse crescimento exponencial”, afirma Pitanguy, CEO da startup. Até o final do ano, o objetivo é chegar a mais de 50.000 usuários do serviço - a empresa não revela os números atuais.

Neto do conhecido cirurgião plástico Ivo Pitanguy, o empresário atua no mercado de energias verdes há mais de uma década. Passou pela americana Ahana Renewables, gestora especializada em projetos de energia renovável, e ocupou cargos de direção em negócios como a Mori Energia, uma rede de usinas solares adquirida pela Comerc em 2021. 

Foi nesta mudança que começaram as conversas com Hashioka, sócio e CTO da operação atualmente. Engenheiro de software, o profissional trabalhou por anos em empresas como a Docker e Forward, no Vale do Silício, nos Estados Unidos, e criou a Mshield, uma startup de antifraude. 

Quando  decidiu migrar de área, Hashioka procurou Pitanguy interessado em conhecer mais sobre o universo de energia. Um mês depois, surgiu a Nextron, uma aglutinação para “next generation electron” - ou “elétron da próxima geração”.

Qual é o futuro do negócio da Nextron

Para fazer esse salto em direção à “nova geração”, os sócios também devem usar uma fatia dos recursos recém-obtidos para captar novos clientes e reforçar os times de tecnologia e vendas, triplicando a operação que hoje reúne cerca de 40 profissionais. Mais importante, a Nextron pretende investir no fomento à educação sobre a geração distribuída de energia solar.

“Na grande maioria das regiões, ainda é um produto que o pessoal ainda não sabe que existe. Então, tem todo o reconhecimento de marca para ser trabalhado, mostrar como funciona o negócio. É um modelo que quebra muito o paradigma porque o consumidor está acostumado a comprar da distribuidora há 100 anos ou montar telhado solar, mas ele não precisa fazer nada”, afirma Pitanguy.

A chegada de um parceiro do porte da Copel, a conhecida companhia de energia do Paraná, deve contribuir para acelerar esse processo, especialmente na região Sul do Brasil. "Agora, nós temos um nome bem forte para ancorar essa tranquilidade do lado do consumidor", diz Hashioka.

Com a entrada em novos territórios e a chegada de novos fornecedores de energia, equacionar essa questão será essencial para aquecer os planos da startup.

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