Da Redação
Publicado em 15 de outubro de 2015 às 19h30.
As notícias sobre um novo risco de desabastecimento dos reservatórios hídricos no Estado de São Paulo e o risco de estiagem prolongada em outras regiões do país voltam a colocar em evidência a discussão sobre fontes alternativas de energia elétrica. De acordo com a Aneel (Associação Nacional de Energia Elétrica), 62% da eletricidade gerada no país é proveniente de grandes usinas hidrelétricas e outros 3,5% são oriundos de PCHs (pequenas centrais hidrelétricas). A segunda fonte mais usada, as termelétricas, respondem por distantes 28,2%. Demais fontes incluem a eólica (4,9%), nuclear (1,4%) e a solar (menos de 1%). Mas o cenário deve mudar nos próximos anos.
A Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) estima que a energia dos ventos será a segunda fonte na matriz energética do Brasil em 2020. A projeção não é fruto de mero otimismo: em 2015, os níveis de geração quebraram recordes. No dia 30 de julho, o país atingiu a marca de 3.269 megawatts de geração eólica no Subsistema Nordeste, representando 33% da carga desse subsistema com fator de capacidade de 76%, um valor nunca alcançado até então.
Com 7 gigawatts de capacidade instalada no país, suficientes para abastecer o equivalente a 8,7 milhões de residências, a previsão é que em 2018 esse índice dobre, batendo em 14,4 gigawatts. Atualmente, o país conta com 281 parques eólicos em operação ou em condições adiantada de implantação em 11 estados. “Criamos 40 mil postos de trabalho nos últimos anos. Ao todo, o setor já emprega mais de mil pessoas no país. E cada megawatt acrescentado corresponde a 15 novos empregos”, diz Élbia Silva Gannoum, presidente da ABEEólica.
Mas há desafios. “Nosso maior obstáculo hoje está nas linhas de transmissão e na conexão dessas linhas com o sistema integrado nacional (SIN)”, diz José Roberto de Moraes, diretor-presidente da Atlantic Energias Renováveis, que tem empreendimentos eólicos na Bahia, Rio Grande do Norte, Piauí e Rio Grande do Sul. Os 4.800 quilômetros de linhas que foram leiloados recentemente pela Aneel não encontraram tantos interessados quanto o governo federal esperava e apenas quatro dos 11 estados contemplados nesse plano de expansão terão obras efetivas no futuro próximo. "O cenário nacional tem muitos planos, mas ainda precisamos que vários deles comecem a se concretizar para que esses gargalos sejam melhorados”, diz Moraes.
A construção de parques eólicos é um empreendimento de risco médio, pois entre a contratação, a venda e a remuneração efetiva pela energia gerada, há um tempo que pode ser muito grande. “Nenhum empreendedor vai querer falar em prazo de retorno e taxa de retorno, mas não tenho dúvidas de que o período é longo”, diz Moraes. “Além disso, é preciso aumentar a oferta de fabricantes nacionais de aerogeradores. Ela é maior hoje do que era há cinco anos, mas ainda não é o suficiente para se adequar à expansão que o setor busca”, diz Moraes.
Energia segurada
Diante desse cenário, em que oportunidades e dificuldades se chocam, o seguro é uma alternativa importante para o empreendedor que busca solidez para seu investimento. A seguradora Tokio Marine oferece produtos tanto para a fase de licitação como para a fase de operação. Na primeira, há o produto Garantia (Setor Público e Setor Privado), que assegura que as obrigações assumidas no contrato serão cumpridas integralmente. Garantem-se, então, construção, fornecimento ou prestação de serviços, manutenção corretiva e atividades judiciais, administrativo-tributárias e de execução fiscal, entre outras. Para tanto, há equipes com expertise em todas as modalidades contempladas, oferecendo soluções personalizadas para cada cliente.
Os riscos de engenharia também estão contemplados: danos causados por fenômenos naturais, incêndio, explosão, testes e outros danos físicos são cobertos, bem como roubos. Erros de projeto, despesas de desentulho, litígios envolvendo propriedades vizinhas pertencentes ao segurado e até perda de lucro esperado podem ser contemplados em contratação adicional.
Grandes empresas podem ainda contratar as coberturas para os riscos nomeados (levantados a partir de uma análise feita por uma equipe de underwriters) e os operacionais – neste caso, em um sistema chamado All Risks, que inclui qualquer perda ou dano material aos bens segurados (exceto, obviamente, os considerados previamente excluídos na contratação). O gerenciamento de riscos é feito constantemente por uma equipe de engenheiros especializados.
Por fim, os transportes do maquinário empregado – um dos aspectos de custo mais elevados em empreendimentos desse tipo – também contam com um produto para proteger embarcadores nacionais e internacionais, cobrindo o segurado no caso de perdas e roubos parciais ou totais das cargas, extravios, danos e prejuízos decorrentes de avaria.