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Encarecimento do Comperj não foi por falta de planejamento

O ex-presidente do Comperj disse à CPI da Petrobras que o encarecimento da obra pode estar relacionado aos custos dos equipamentos, da engenharia e da crise


	Trabalhadores do Comperj fazem manifestação em frente à sede da Petrobras
 (Tânia Rego/ABr)

Trabalhadores do Comperj fazem manifestação em frente à sede da Petrobras (Tânia Rego/ABr)

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Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2015 às 20h12.

Brasília - O ex-presidente do Comperj Petroquímico, Nilo Vieira Filho, disse à CPI da Petrobras que o encarecimento da obra pode estar relacionado aos custos dos equipamentos, da engenharia e da crise financeira de 2008.

"Acredito que (o encarecimento) não foi por falta de planejamento", disse o ex-presidente e hoje funcionário aposentado da Petrobras.

O Tribunal de Contas da União (TCU) investiga irregularidades na construção do Comperj. O relatório do TCU apontou que a estimativa inicial do custo de conclusão de todo o complexo, de US$ 8,4 bilhões, hoje chega a US$ 47,7 bilhões.

O funcionário aposentado evitou falar dos custos porque a construção do Comperj não era de sua responsabilidade. "Eu não tinha nada a ver com a obra em si", afirmou. Vieira lamentou não ter a refinaria pronta ainda. "Meu sentimento é que deveria estar pronta. É uma pena não estar pronta", comentou.

O ex-presidente admitiu que foi levado ao cargo pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. "Ele me convidou para assumir uma nova empresa e eu aceitei", declarou. Ele permaneceu na função entre 2009 e 2013.

Vieira contou que se formou em Engenharia com o ex-diretor de Serviços, Renato Duque, em Petrópolis, mas que, mesmo trabalhando na mesma empresa, não mantinha nenhuma relação profissional ou de amizade há pelo menos 30 anos. "Nunca tive nenhuma reunião com ele, nem cafezinho", disse.

Segundo Vieira, a função de sua equipe era buscar sócios para área de petroquímica porque a Petrobras havia decidido que não seria proprietária de 100% do projeto. De acordo com ele, os contratos eram feitos com a máxima "seriedade" pelos técnicos. Ele disse desconhecer informações sobre formação de cartel entre as empreiteiras que prestavam serviços à Petrobras.

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