Negócios

Empresas aumentam pressão por protagonismo ambiental do Brasil na COP26

Bradesco, Braskem, Embraer, Energisa, JBS, Klabin, Marfrig, Natura, Suzano, Votorantim e outras 95 empresas assinam carta pedindo metas mais ambiciosas

 (Florian Gaertner / Photothek/Getty Images)

(Florian Gaertner / Photothek/Getty Images)

RC

Rodrigo Caetano

Publicado em 27 de setembro de 2021 às 09h48.

Última atualização em 5 de novembro de 2021 às 13h35.

A COP26, Conferência do Clima da ONU, começa daqui a pouco mais de um mês. Mas a agenda das empresas para o principal evento climático do mundo, que este ano será realizado em Glasgow, na Escócia, está a pleno vapor. Nesta segunda-feira, 27, o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), divulgou a lista de 105 empresas que assinam uma carta cobrando do governo uma postura mais ambiciosa para o clima.

Entre as signatárias estão Bradesco, Braskem, Embraer, Energisa, JBS, Klabin, Marfrig, Natura, Suzano e Votorantim (veja a lista ao final da matéria). Elas pedem que o Brasil recupere o protagonismo na agenda ambiental, que foi perdido pela decisão de não participar da COP25, realizada em Madri antes da pandemia. O governo, na ocasião, sequer mandou uma comitiva oficial, contando apenas com o então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Sales.

A mesma carta foi entregue pelo CEBDS ao presidente da COP26, Alok Sharma, em agosto, porém sem as assinaturas das empresas. A iniciativa parte do grupo Empresas pelos Clima, organizado pelo conselho, que reúne os CEOs de mais de 80 grandes companhias, que representam 45% do PIB brasileiro. Sharma ficou empolgado. “Vocês são meus heróis do clima”, afirmou o presidente da COP, que esteve no Brasil para uma série de encontros com empresas.

A maior COP desde Paris

Sharma recebeu do primeiro-ministro Boris Johnson uma das missões mais importantes de seu governo. Antes cético em relação às mudanças climáticas, Johnson enxerga no evento a grande oportunidade de deixar um legado importante da sua administração, que foi responsável por concluir a saída do Reino Unido da União Europeia, no famoso Brexit.

A oportunidade de deixar uma boa impressão, de fato, é gigantesca. A COP26 está sendo encarada como a conferência climática mais importante desde a de 2012, na França, quando se estabeleceu as bases para a assinatura do Acordo de Paris. Para isso, é preciso que as negociações em torno dos temas que faltam finalizar no acordo, em especial o artigo 6, que trata da criação de um mercado de carbono global, devem ser bem-sucedidas.

Por isso, Sharma, que nasceu na Índia e foi criado na Inglaterra, tem viajado o mundo para se encontrar com líderes políticos, empresariais e membros da comunidade científica e do Terceiro Setor.

  • Ouça o podcast ESG de A a Z e fique por dentro de tudo que acontece no capitalismo de stakeholder

Estados aderem à causa climática

Durante o evento, antes de saber que se encontraria com Bolsonaro, Sharma destacou o compromisso feito pelo Brasil de alcançar a neutralidade em carbono até 2050 e disse que espera obter mais informações sobre isso nas conversas reservadas com os membros do governo – o que agora poderá ser perguntado ao próprio presidente.

As tratativas estão mais avançadas, no entanto, com os governos municipais e estaduais. Assinaram o compromisso os governos de Minas Gerais, São Paulo, Pernambuco e Pará. Também estão no processo de adesão Amazonas, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul e Paraná. Esses estados representam 48% das emissões brasileiras e 50% do PIB.

Entre as cidades, fazem parte do compromisso estão as capitais São Paulo, Fortaleza, Curitiba, Salvador e Recife, além de Niterói (RJ), São Leopoldo (RS), Canoas (RS) e Serra Talhada (PE).

Veja a lista de CEOs e lideranças empresariais que assinam a carta do grupo Empresas pelo Clima

Cláudio Ribeiro – 2WEnergia

Cátilo Cândido – Abralatas

Leonardo Framil – Accenture

Clarissa Sadock – AES Brasil

Otavio Carvalheira – Alcoa

Judiney Carvalho de Souza – Amaggi

Daniel Mazini – Amazon

Izabel Cristina Andriotti Cruz de Oliveira – Ambipar

Apple

Elizabeth Garcia – Approach Comunicação

Karin Marangoni Ferrara Formigoni – Arcadis

Gilson Finkelsztain – B3

Gabriel Ferreira – Banco BV

Alfredo Pinto – Bain & Company

Marc Reichardt – Bayer

Francisco Mussnich – BMA

Jorge Sant’Anna – BMG Seguros

Ricardo Guimarães – BNP Paribas

Besaliel Soares Botelho – Bosch

Mario Lindenhayn – BP

Octavio de Lazari Júnior – Bradesco

Roberto Simões – Braskem

Lorival Luz – BRF

Teresa Vernaglia – BRK Ambiental

Luiz Ildefonso Simões Lopes – Brookfield

Erasmo Carlos Battistella – BSBIOS

João Ney Colagrossi Filho – Camargo Corrêa Infra

Paulo Sousa – Cargill Brasil

Stéphane Maquaire – Carrefour Brasil

Ricardo Rodrigues de Carvalho – CBA

Philippe Ryser – Ceptis

Mariano Vela – Chevron

Antonio Trindade – Chubb

Sergio Rhein Schirato – Daemon

Altair Rossato – Deloitte

Javier Constante – Dow

Mauricio Adade – DSM

Orson Ledezma – Ecolab

Jean-Emmanuel Seixas – Egis

Francisco Gomes Neto – Embraer

Ricardo Perez – Energisa

Pedro Zinner – Eneva

Maurício Bähr – Engie

Veronica Coelho – Equinor

Paulo Henrique Pereira dos Santos – ERM

Luiz Sérgio Vieira – EY

Rafael Davidsohn Abud – FS

Ulisses Sabará – Grupo Sabará

Frederico Pinheiro Fleury Curado – Grupo Ultra

Gustavo Henrique Braga Couto – Grupo Vamos

Ricardo Emmerich – Hewlett Packard Enterprise

José Paiva – Hitachi ABB

Cláudio Raupp Fonseca – HP

Leonardo Furquim Werneck – Icare

Katia Vaskys – IBM Brasil

Marcelo Araujo – Ipiranga

Gilberto Tomazoni – JBS

Ramon Alcaraz – JSL

Daniel Klabin – Klabin

Luiz Dematte – Korin

Fernanda Barroso – Kroll

Murilo Parada – LDC

Philip Cassou – Lexmark

Fabio Adegas Faccio – Lojas Renner

Thiago Luiz Trecenti – Lwart

Roger Laughlin – Makro

Miguel de Souza Gularte – Marfrig

José Carlos Rapacci – Mars Petcare

Estanis Bassols – Mastercard

Roberto Quiroga Mosquera – Mattos Filho

Feliciano Almeida – Michelin

Renato Horta Franklin – Movida

João Paulo Ferreira – Natura

Marcelo Melchior – Nestlé

Tito Botelho Martins – Nexa

Valter Taranzano – Nidec

Sandro Linguinho de Oliveira – Norflor

Irlau Machado Filho – Notredame Intermédica

Juliana Azevedo – P&G

Marco Castro – PwC

Berson Araujo Cajueiro – Queiroz Galvão

Adriana Aroulho – SAP

Marco Matias – Schneider Electric

André Loes de Araújo – Shell

André Clark – Siemens Energia

Pablo Fava – Siemens

Fernando Simões – Simpar

Raphael Denadai – SKY

Altair Moreira – Socicam

Adriana Waltrick – SPIC Brasil

Winston Fritsch – Struttura Desenvolvimento e Financiamento de Projetos e WF Consultores

Walter Schalka – Suzano

Luana de Brito Costa Duffé – TechnipFMC

Paulo Kruglensky – Vivara

Christian Mauad Gebara – Vivo

Paulo Alvarenga – Thyssenkrupp

Jean-Urbain Hubauy – Ticket Log

Fernando Serec – Tozzini Freire

Helio Magalhães – UBS

Marcos Bicudo – Vedacit

Marcelo Castelli – Votorantim Cimentos

João Schmidt – Votorantim

Felipe Bittencourt – Way Carbon

Jain Lorenzatto – West Rock

Olaf Hektoen – Yara

Edson Franco – Zurich

Marcello Brito – Abag

Janaina Donas – Abal

Venilton Tadini – Abdib

José Velloso Dias Cardoso – Abimaq Sindimaq

Deborah Vieitas – Amcham Brasil

Rebeca Lima – CDP

José Pio Borges – Cebri

Gabriella Dorlhiac – ICC

Leonardo Luiz dos Santos – IPGC

Philip Yang - Urbem

Acompanhe tudo sobre:ONUMudanças climáticasCOP26

Mais de Negócios

Quais são os maiores negócios do Rio Grande do Sul? Veja quanto eles faturam

Bilionário 'em dificuldades' tem indenização de US$ 400 milhões por obras de arte danificadas negada

Quais são as maiores empresas de São Paulo? Veja ranking

Quais são as 10 maiores empresas de Santa Catarina? Veja quanto elas faturam