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Empresas não se dedicam à retenção de deficientes

Pesquisa mostra que só 6% das companhias no Brasil têm planos para manter profissionais com deficiência e apenas 5,7% não têm dificuldades para contratar

Rotatividade entre pessoas com deficiência é de 80% no mercado brasileiro (Jos van Galen/Stock.Xchng)

Rotatividade entre pessoas com deficiência é de 80% no mercado brasileiro (Jos van Galen/Stock.Xchng)

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Da Redação

Publicado em 22 de março de 2011 às 06h24.

São Paulo – Apesar dos esforços para cumprir a legislação, que garante a reserva de vagas para deficientes em empresas com pelo menos 100 funcionários, apenas 6% das empresas brasileiras possuem um plano para reter esses empregados, segundo um levantamento feito pela Plura Consultoria e Inclusão Social com 71 empresas de vários setores, entre agosto e novembro de 2010.

O estudo também identificou que a taxa de rotatividade de pessoas com deficiência no mercado nacional é de 80%, valor que, segundo 58% das empresas participantes, corresponde ao mesmo número dos demais funcionários. Entre os outros 42%, a rotatividade entre deficientes é maior.

Dados do Ministério do Trabalho e Emprego mostram que, entre 2007 e 2009, o número de pessoas deficientes empregadas no Brasil caiu 17,3%, sendo que, no mesmo período, o trabalho formal no país subiu 9,6%. Essa queda é refletida por outro dado revelado pela pesquisa da Plura Consultoria: apenas 5,7% não citaram dificuldades em contratar profissionais com deficiência.

Para 36,1% dos entrevistados, esses números podem ser explicados pela baixa qualificação e experiência dos candidatos - os maiores obstáculos para a inclusão, segundo as empresas. Apesar disso, 68% dos participantes da pesquisa afirmaram que o desempenho dos deficientes é similar ao dos outros funcionários, 26% acreditam que a performance é pior, e 6% acham que é melhor.

Outras barreiras encaradas pelas empresas para contratar pessoas desse grupo são a resistência dos gestores em aceitar deficientes na equipe, com 27,7%, a dificuldade de recrutar pessoas que se encaixem nos critérios estipulados no processo seletivo da empresa, que é apontada por 19,4% dos participantes e a falta de engajamento na equipe, com 11,1% das respostas.

Mesmo ainda com uma política incipiente de contratação e retenção de profissionais deficientes, as empresas avaliam bem o desempenho e sua presença na companhia. Para 50% dos entrevistados, a inclusão tornou o ambiente de trabalho mais humano, 20% acreditam que ela melhorou a percepção de gestores e equipes e 12% viram melhora no clima da organização, enquanto 18% não perceberam mudança alguma.

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