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Empresas maiores têm taxa de sobrevivência superior

A maior parte das novatas era de pequeno porte, porém, foram as maiores que demonstraram capacidade de resistir por mais tempo no mercado, revela a pesquisa do IBGE


	Brasil: o número de empresas registradas em 2010 superou o de 2009 em 6,1%, o que indica a entrada 261,7 mil empresas
 (Getty Images)

Brasil: o número de empresas registradas em 2010 superou o de 2009 em 6,1%, o que indica a entrada 261,7 mil empresas (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 27 de agosto de 2012 às 14h15.

Rio de Janeiro - O Brasil contava com 4,5 milhões de empresas ativas em 2010, com idade média de 9,7 anos, segundo a Demografia das Empresas, divulgada nesta segunda-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a partir de dados do Cadastro Central de Empresas (Cempre). O número de empresas registradas em 2010 superou o de 2009 em 6,1%, o que indica a entrada 261,7 mil empresas. A maior parte das novatas era de pequeno porte, porém, foram as maiores que demonstraram capacidade de resistir por mais tempo no mercado, revela a pesquisa. Segundo o IBGE, após três anos de existência, quase metade das empresas não sobreviveu.

"As empresas maiores, com maior capital imobilizado, tendem a permanecer mais tempo no mercado, pois os custos de saída costumam ser elevados, dentre outros fatores. Já nas empresas sem pessoal assalariado cerca de 45% não existiam mais no segundo ano após a entrada no mercado", informou o IBGE, que comparou as estatísticas de 2010 com as de 2007 para calcular a taxa de sobrevivência das empresas. O mercado, em 2010, era formado por 3,53 milhões de sobreviventes (77,9% do total) e 999,12 mil entrantes (22,1%).

Existe uma relação direta entre o porte das empresas e a taxa de sobrevivência, destaca o instituto. Enquanto apenas 67,3% das empresas sem pessoal assalariado eram sobreviventes em 2010, ou seja, estavam em atividade desde o ano anterior, a taxa era de 88,5% entre as que empregavam de uma a nove pessoas assalariadas e de 95,9% entre as com dez ou mais pessoas ocupadas.

As maiores taxas de entrada (32,7%) ou saída (27,3%) no mercado foram registradas entre aquelas sem pessoal assalariado. Do total de entrantes, 78,6% não tinham empregados e 19,7% possuíam de uma a nove pessoas assalariadas. Em cada cinco empresas existentes em 2010 uma era novata, o equivalente a 22,1% do total de empresas ativas, taxa próxima (-0,01 ponto porcentual) à de 2009. Dentre elas, os destaques foram as dos segmentos de construção (31,2%), eletricidade e gás (29,1%) e outras atividades de serviços (28,5%). O IBGE observa uma estabilidade na entrada de empresas no mercado, na passagem de 2009 para 2010, com variação média negativa de 0,1 ponto porcentual.

Já entre sobreviventes destacaram-se as atividades de saúde humana e serviços sociais (taxa de 61,4%), indústria de transformação (79,3%) e água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação (66,0%).

Regiões

A pesquisa revela ainda que as 4,5 milhões de empresas registradas no Brasil em 2010 possuíam 4,9 milhões de unidades locais, das quais mais da metade, 51,3%, estava localizada na região Sudeste.


De 2009 para 2010 houve um crescimento de 6,2% no número de unidades locais ativas, de 6,3% nas sobreviventes, de 5,8% nas entradas e queda de 2,7% nas saídas. O número de entradas superou o de saídas. A taxa de entrada caiu 0,1 ponto porcentual, enquanto a de saída reduziu 1,5 ponto porcentual.

Embora a Região Sudeste tenha ficado com o maior número de unidades locais, o maior crescimento ocorreu na Região Norte (9,8%). O Sudeste e o Sul registraram as menores taxas de crescimento de unidades ativas, abaixo da média nacional. A taxa de crescimento das unidades locais foi de 5,4% no Sudeste e de 5,8% no Sul. Em contrapartida, as duas regiões lideraram as taxas de sobreviventes, com 78,9% e 79,3%, respectivamente.

Salários

Em termos de ganhos de pessoal ocupado assalariado pela criação de novas empresas, os destaques foram as regiões Sudeste (50,0% do total) e Nordeste (19,4%). Entre os Estados, sobressaíram os resultados de São Paulo, com 29,6% do total, seguido de Minas Gerais (10,0%) e Rio de Janeiro (8,8%). Os menores ganhos foram observados em Roraima (0,2%), Acre (0,3%) e Amapá (0,3%).

Em todo o Brasil, as empresas empregavam 37,2 milhões de pessoas, sendo 30,8 milhões (82,9%) assalariados e 6,4 milhões (17,1%) na condição de sócio ou proprietário. Os salários e outras remunerações pagos no ano de 2010 pelas entidades empresariais totalizaram R$ 566,1 bilhões, com um salário médio mensal de R$ 1.357,99, equivalente a 2,9 salários mínimos médios mensais.

O IBGE revelou ainda que o número de empresas consideradas de alto crescimento, que apresentam crescimento médio do pessoal ocupado assalariado igual ou maior que 20% ao ano, avançou 7,7% em comparação a 2009, uma alta superior à do conjunto das empresas, de 6,1%. Foram registradas 33,32 mil empresas de alto crescimento em 2010. Entretanto, o porcentual de crescimento do número de empresas de alto crescimento com até oito anos de idade, classificadas pelo instituto como "empresas gazelas", passou de 7,4% em 2009 para 7,2% em 2010.

As empresas de alto crescimento ocupavam 5 milhões de pessoas assalariadas em 2010, o equivalente a 16,2% do total, participação menor do que a de 2009, de 16,6%. "O incremento no pessoal assalariado das empresas de alto crescimento não acompanhou o observado pelo conjunto das empresas, fazendo com que estas empresas apresentassem menor participação em pessoal assalariado em 2010", destacou o IBGE, que observou ainda um crescimento no número de participação de empresas de médio porte no grupo das de alto crescimento.

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