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Empresas estrangeiras buscam cada vez mais parcerias

Companhias estão buscando cada vez mais alianças com escritórios locais para superar problemas de legislação e burocráticos no Brasil


	Investimentos estrangeiros no Brasil: na área jurídica, a preocupação também aborda empresários da Europa e do Japão, que desconhecem o sistema tributário brasileiro
 (Germano Lüders/EXAME.com)

Investimentos estrangeiros no Brasil: na área jurídica, a preocupação também aborda empresários da Europa e do Japão, que desconhecem o sistema tributário brasileiro (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 29 de julho de 2013 às 23h39.

São Paulo - Empresas e indústrias estrangeiras, que costumam encontrar dificuldades para se instalar no país, principalmente em matéria de legislação e impedimentos burocráticos, buscam cada vez mais alianças com escritórios locais de apoio e assessoria para superar esses problemas, informaram nesta segunda-feira fontes do setor.

Como uma possibilidade a mais de expandir seu raio de ação e com a segurança de contar com esse apoio fundamental, empresários, associações e escritórios de advogados buscam parcerias com consultores internacionais para facilitar a instalação de organizações estrangeiras no país.

A Associação Brasileira de Empresas Certificadas em Saúde (ABEC Saúde), por exemplo, assinou uma aliança com a especialista em assuntos reguladores Larissa D'Andrea, profissional com forte atuação em assuntos normativos da saúde e com experiência em grandes empresas internacionais.

A profissional em questão foi contratada para mediar o contato com empresas estrangeiras da área de equipes e produtos de saúde que desejam se instalar no país e que, é claro, possuíam dúvidas em relação às questões reguladoras, principalmente sobre prazos e regras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

De acordo com Ruth Khairallah, presidente da ABEC Saúde, a entrada de novas empresas no país traz inúmeros benefícios ao setor da saúde.

"O objetivo é diminuir a dependência que os estrangeiros têm de incubadoras de registro localizadas no país. Isso seria bom porque a empresa viria fisicamente ao Brasil, gerando empregos, pagando impostos e transferindo tecnologia para o país", explicou a presidente da ABEC Saúde à Agência Efe.

Segundo Evaristo Araújo, diretor administrativo da ABEC, a associação conta hoje com 120 associados e, de maneira indireta, teria auxiliado entre 20% e 30% deste número com assessoria e consultoria para multinacionais.

"Hoje, a demora em conseguir a regularização total na Anvisa é de cinco a sete anos. Queremos reduzir isso preparando as empresas nacionais para receber os estrangeiros como "partnerships" (parceiros), fato que reduzirá o fluxo de tempo", afirmou.

Na área jurídica, a preocupação também aborda empresários da Europa e do Japão, que desconhecem o sistema tributário brasileiro e necessitam de auxílio à hora de investir no país.

O sócio diretor da Abe Advogados, Marcos Abe, que assessora um importante grupo de companhias japonesas, apontou que as empresas estrangeiras buscam informações detalhadas sobre a abertura de fábricas não Brasil.

"Fizemos um mapa sobre o plano de negócios de empresas, de quais são as principais informações que elas necessitam nas áreas tributária e trabalhista, além de incentivos fiscais e riscos de uma mudança legislativa", completou.

Abe manifestou que "o sistema tributário brasileiro é muito complexo e burocrático, dificultando muito o entendimento para quem vem do exterior. Este é o principal impedimento para a instalação no país".

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