Negócios

Empresas estão mais despreparadas para os riscos do futuro, diz pesquisa

Os riscos às companhias muitas vezes são externos, como mudanças nas regras de comércio, ciber-ataques e falta de profissionais qualificados

 (Caiaimage/Sam_Edwards/Getty Images)

(Caiaimage/Sam_Edwards/Getty Images)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 10 de junho de 2019 às 09h00.

Última atualização em 10 de junho de 2019 às 09h00.

Mudanças nos mercados, riscos cibernéticos preocupações econômicas e globais estão deixando o cenário cada vez mais instável para as empresas. Como as transformações são mais aceleradas que no passado, as companhias enfrentam dificuldades para se adaptar e reagir a elas, diz uma pesquisa da Aon, empresa de riscos e seguros.

Entre os principais riscos enfrentados pelas empresas, estão a desaceleração econômica, danos à reputação e marca e aceleração nas mudanças de fatores de mercado, refletindo apreensão com as condições globais de comércio.

Os riscos às companhias muitas vezes são externos, como mudanças nas regras de comércio, ciber-ataques e falta de profissionais qualificados, e se transformam rapidamente. Assim, as empresas possuem poucas informações e experiências sobre esses problemas. Consequentemente, as empresas estão no maior nível de despreparo para o futuro dos últimos 12 anos, segundo a Aon.

Apenas 24% dos respondentes conseguem quantificar os 10 maiores riscos para as empresas e só 10% dos entrevistados têm processos formais para identificar os riscos. A empresa entrevistou 2.600 gerentes de risco de 33 indústrias, que representam pequenas, médias e grandes companhias em 60 países.

"O mundo está mais globalizado e isso se reflete na percepção de volatilidade e instabilidade das companhias", diz Eduardo Takahashi, vice-presidente executivo para soluções comerciais de riscos da Aon Brasil.

No último ano, temores abalaram o mercado, por conta do Brexit, saída do Reino Unido da União Europeia, maiores taxas de juros nos Estados Unidos, desaceleração econômica na Europa, China,

A desaceleração econômica é um dos grandes riscos para empresas brasileiras. A economia chinesa, por exemplo, tem um grande impacto no mercado brasileiro, que depende de exportações de commodities para o país asiático.

Nos últimos anos, montadoras sofreram danos à imagem. O "Dieselgate", escândalo de emissões de gases de efeito estufa dos motores a diesel da Volkswagen, e a prisão de Carlos Ghosn, ex-presidente da aliança entre Renault, Nissan e Mitsubishi, abalaram o setor.

Até mudanças climáticas criam turbulências econômicas para as empresas. Mais fortes e comuns, furacões e tsunamis geram desastres ambientais e sociais. Variações na regularidade das chuvas ou temperaturas afetam plantações inteiras.

A Aon não espera gerar temor com sua pesquisa, mas sim levantar esses assuntos em  discussões com clientes. “Queremos criar conversas com a empresa, a comunidade, os empregados e os acionistas, para pensarmos em soluções”, diz Takahashi.

Confira abaixo os 15 principais riscos às empresas globais:

  1. Desaceleração econômica/recuperação lenta
  2. Danos à reputação/marca
  3. Taxas de mudança aceleradas nos fatores de mercado
  4. Interrupção de negócios
  5. Aumentando a competição
  6. Ataques cibernéticos/violação de dados
  7. Risco de preço de commodities
  8. Risco de fluxo de caixa/liquidez
  9. Falha em inovar/atender às necessidades do cliente
  10. Mudanças regulatórias/legislativas
  11. Incapacidade de atrair ou reter os melhores talentos
  12. Distribuição ou falha na cadeia de suprimentos
  13. Disponibilidade de capital/risco de crédito
  14. Tecnologias disruptivas
  15. Risco/incerteza política
Acompanhe tudo sobre:gestao-de-negociosSeguros

Mais de Negócios

Esta startup capta R$ 4 milhões para ajudar o varejo a parar de perder dinheiro

Ele criou um tênis que se calça sozinho. E esta marca tem tudo para ser o novo fenômeno dos calçados

30 franquias baratas a partir de R$ 4.900 com desconto na Black Friday

Ela transformou um podcast sobre namoro em um negócio de R$ 650 milhões