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Empresas brasileiras respondem por 72,9% das aquisições do semestre

Transações feitas pelas empresas nacionais no período totalizaram 57,3 bilhões de reais

Posto Shell: a maior operação do período foi a joint venture entre Shell e Cosan (.)

Posto Shell: a maior operação do período foi a joint venture entre Shell e Cosan (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.

São Paulo - No primeiro semestre, as empresas brasileiras responderam por 72,9% do total de fusões e aquisições anunciadas no país, segundo relatório da Anbima divulgado hoje (18/8). Foram 43 aquisições realizadas pelas brasileiras e 16 por empresas estrangeiras. Em valores, as compras realizadas por empresas nacionais somaram 57,3 bilhões de reais, 67,5% do montante total.

O montante total de aquisições de estrangeiras por brasileiras foi de 39,5 bilhões de reais, o maior observado desde 2006, e representou 46,6% do percentual total do período. No mesmo semestre de 2009, o valor havia sido de 6,4 bilhões de reais.

Em número de operações, lideram as aquisições entre empresas brasileiras, que somaram 25, seguidas pelas 18 aquisições de estrangeiras por brasileiras, pelas 12 aquisições de brasileiras por estrangeiras e pelas quatro aquisições entre empresas estrangeiras.

Em valores, as aquisições entre empresas brasileiras somaram 17,8 bilhões de reais, enquanto as aquisições de estrangeiras por brasileiras contabilizaram 39,5 bilhões de reais. As aquisições de brasileiras por estrangeiras e entre empresas estrangeiras (com empresas-alvo brasileiras) somaram 27,5 bilhões de reais.

O período de eleições geralmente esfria um pouco as fusões e aquisições, porque são um fator de incerteza. Mas esse ano, isso ainda não tem acontecido, segundo Bruno Amaral, coordenador do subcomitê de fusões e aquisições da Anbima. "Nessas eleições, não há mudanças (entre os candidatos) em princípios gerais de economia", diz o coordenador.

Semestre

No primeiro semestre, a Anbima contabilizou um volume recorde de anúncios de fusões e aquisições (entre os últimos cinco anos). No total, foram 59 transações e 84,8 bilhões de reais. O volume representa um crescimento de 43,2% em relação ao primeiro semestre de 2009. "O que levou ao recorde foi a participação de empresas brasileiras", disse Amaral. O coordenador considera os dados de anúncio um melhor reflexo do momento atual da economia do Brasil.

 

 


Já em fusões e aquisições efetivamente fechadas no período, ocorreu uma queda no número e no valor total das operações entre o primeiro semestre e o mesmo de 2009. Em 2010, foram fechadas 31 operações, com um valor total de 37,2 bilhões de reais. Isso representa uma queda de 52,1% em relação ao primeiro semestre de 2009. Em número de operações a queda foi de 22,5%.

Futuro

"O mercado está muito agitado; o segundo semestre promete", disse Bruno Amaral, coordenador do subcomitê de fusões e aquisições da Anbima. Segundo Amaral, o nível de confiança aumentou, especialmente em relação a estrangeiros. "Há muita coisa acontecendo agora no mercado que deve ser anunciado nos próximos trimestres", diz.

"O que aconteceu nesse semestre vai continuar acontecendo no próximo", afirma Amaral. Ele aposta, inclusive, que o recorde de 136,5 bilhões de reais em operações anunciadas em 2007 poderá ser batido em 2010. No momento, a instituição soma, em especulações do mercado, cerca de 44 bilhões de reais em possíveis aquisições e fusões.

Veja a tabela completa.

OperaçãoValor (R$ bilhões)
Joint venture entre Shell e Cosan11,6
Venda dos ativos de alumínio da Vale para a Norsk Hydro8,5
Aquisição da Bunge Part. e Invest. pela Vale7
Aquisição da BP dos ativos brasileiros da Devon Energy Corporation5
Aquisição das participações da Unipar pela Braskem4,9
Aquisição da Agre pela PDG Realty4,4
Compra da parcela dos minoritários da Gerdau Ameristeel pela Gerdau S.A.4
Aquisição da participação da Teixeira Duarte na Cimpor pela Camargo Correa3,8
Entrada da Sumitomo Corporation na composição acionária da Mineração Usiminas3,5
Venda de ativos da Plena Transmissora para a State Grid of China pela Elecnor3,5

 

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