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Empresas listadas na B3 estão mais comprometidas com a agenda ESG

Pesquisa mostra que 96% das companhias do Ibovespa estão envolvidas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 67% são assinantes do GHG Protocol

A JBS é uma das empresas listadas no Ibovespa com meta de ser Net Zero até 2040 (JBS/Divulgação)

A JBS é uma das empresas listadas no Ibovespa com meta de ser Net Zero até 2040 (JBS/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 3 de janeiro de 2023 às 07h30.

As empresas listadas na B3 estão mais comprometidas com a agenda ESG. A conclusão é de uma pesquisa realizada pela PwC Brasil em parceria com o Ibracon (Instituto dos Auditores Independentes do Brasil) que analisou as 88 companhias listadas do Ibovespa entre maio e agosto de 2022. 

Os resultados da 2ª edição da “ESG no Ibovespa” indicam um avanço da pauta, com 96% das empresas envolvidas no Pacto Global da Organização das Nações Unidas para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) - contra 90% no ano anterior - e com 67% (eram 63% no ano anterior) também assinantes do GHG Protocol – que traz critérios para a contabilização dos gases de efeito estufa gerados direto ou indiretamente pelas empresas.

De acordo com o levantamento, 82% das empresas pesquisadas divulgam as emissões de gases de efeito estufa inclusive na cadeia de valor, enquanto 7% divulgam somente as próprias emissões. Apenas 11% não divulgam as emissões.

Mauricio Colombari, sócio da PwC Brasil e um dos responsáveis pela pesquisa, comenta que é nítido o avanço de 2020 para 2021 nas divulgações e na asseguração das informações contidas nos relatórios. “Mas devemos nos manter vigilantes para evitar que a divulgação seja meramente uma carta de boas intenções”, alerta. “Metas e ações devem acompanhar os relatórios de sustentabilidade das empresas, e as recém-chegadas ao mercado de capitais já deveriam demonstrar maior alinhamento com as agendas ESG.”

Participação em índices de sustentabilidade aumentou 

O levantamento mostra que 72% das empresas analisadas estão no ICO2/B3, o Índice Carbono Eficiente da B3, que lista empresas que divulgam suas emissões de carbono (eram 42% antes), e pouco mais da metade (56%, ante 48%) está no ISE/B3, o Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bolsa, que reúne empresas que seguem critérios de responsabilidade ambiental e social.

Conforme o Acordo de Paris, é preciso reduzir em até 45% as emissões de gases causadores do efeito estufa para que o aquecimento global não ultrapasse 1,5 °C. Uma das ambições do acordo é que, até 2050, a transição para uma economia Net Zero esteja completa. De todas as empresas analisadas, no entanto, apenas 23% se comprometeram a neutralizar ou zerar as emissões até 2050. Algumas delas são grandes empresas como JBS e Ambev, ambas com meta de ser Net Zero até 2040. A Klabin, também listada no Ibovespa, já é uma empresa Net Zero. 

ODSs prioritários

A pesquisa revela que mais de 80% das organizações priorizam o ODS da ONU de promover empregos dignos e crescimento econômico, enquanto de 60% a 80% dão prioridade à igualdade de gênero, consumo responsável, redução das desigualdades e combate às mudanças climáticas. Entre 40% e 60% têm como prioridade paz e justiça, inovação e infraestrutura, energias renováveis, saúde de qualidade, educação de qualidade, água limpa e saneamento, a vida sobre a Terra e parcerias para o alcance das metas ODS. A erradicação da pobreza e da fome, cidades sustentáveis e a vida embaixo da água são prioridades para menos de 40%.

Riscos ambientais 

A 2ª edição da ESG no Ibovespa mostra também que os riscos ambientais ocupam o primeiro lugar na lista de riscos divulgados pelas empresas, com 60% de menções, uma alta de 12 pontos em relação aos 48% registrados anteriormente. Em seguida, aparecem os riscos corporativos, com 60% (eram 69% em 2020). As menções aos riscos climáticos foram feitas por 51% das empresas (36% no levantamento anterior). Finalmente, foram citados os riscos macroeconômicos por 49% das empresas (48% em 2020) e as ameaças cibernéticas, com 28% (eram 45%).

A pesquisa também traz informações sobre a asseguração dos relatórios divulgados. As empresas indicaram que um terço (35%) não submetem seus informes a verificações, uma queda de oito pontos percentuais em relação ao levantamento anterior. O movimento por maior asseguração aparece nos demais dados da pesquisa: 42% asseguram as informações por auditoria independente e 23% fazem asseguração interna (eram 30% e 27% em 2020, respectivamente).

“Os relatórios de asseguração emitidos por auditores independentes agregam credibilidade e valor às informações”, afirma Valdir Coscodai, presidente do Ibracon. “Esse movimento por maior asseguração mostra que o mercado está atento em fornecer informações que sejam transparentes, comparáveis e confiáveis.” 

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