Negócios

Empresas aéreas reforçam o caixa e podem vender participação

As quatro maiores empresas latinas - Latam, Gol, Avianca e Copa - perderam US$ 13 bilhões do seu valor de mercado desde janeiro de 2014, e hoje valem 68% menos.


	Avião da Gol: empresas aéreas latinas perderam valor de mercado
 (Divulgação)

Avião da Gol: empresas aéreas latinas perderam valor de mercado (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de novembro de 2015 às 08h56.

São Paulo - O mercado financeiro colocou em xeque a capacidade financeira das empresas aéreas de voltar a dar resultado. As quatro maiores empresas latinas - Latam, Gol, Avianca e Copa - perderam US$ 13 bilhões do seu valor de mercado desde janeiro de 2014, e hoje valem 68% menos. Se a crise avançar, fusões e aquisições podem ser a saída para a sobrevivência das empresas, dizem fontes de mercado.

Por enquanto, elas estão reforçando o caixa. Em setembro, a Gol captou empréstimos de US$ 300 milhões e mais US$ 146 milhões com dois acionistas - a família Constantino e a companhia aérea americana Delta - em uma operação que elevou a fatia da Delta na Gol para 9,48%. A empresa tinha R$ 2 bilhões em caixa em junho, mas é a mais exposta ao mercado brasileiro e foi a que mais perdeu valor.

O Estado apurou que a Gol já estuda fazer uma operação de venda e "rearrendamento" de aviões e pode captar até US$ 400 milhões. Se a crise se agravar, a empresa poderá vender participações maiores à Delta, mas, no curto prazo, a opção está descartada pelos controladores, justamente porque o valor da empresa está depreciado. A Delta é avaliada em US$ 40 bilhões.

Já a Latam, dona da TAM e da LAN, tinha US$ 1,6 bilhão em caixa em junho, mas seu risco financeiro é considerado pelos analistas de mercado menor do que o da Gol. A razão é que a Latam tem mais condições de fazer caixa com voos em mercados mais rentáveis, como Chile, Peru e Colômbia, e tem acesso a mercado de capital externo.

A Azul e a Avianca não divulgam sua posição de caixa. O presidente da Azul, Antonoaldo Neves, disse que a empresa encerrou o segundo trimestre de 2015 "com o maior caixa de sua história", formado em parte pelos US$ 100 milhões captados com a venda de 5% da Azul à United Airlines este ano. Segundo ele, a empresa tem opções para levantar capital se necessário, como a venda do seu programa de milhagem, o Tudo Azul, a fundos de private equity.

A Avianca Brasil viu fracassar uma proposta para que a Avianca colombiana investisse na empresa, segundo a Bloomberg. As duas têm os mesmos controladores, os irmãos José e Germán Efromovich, mas a colombiana tem outros acionistas. José Efromovich disse que a Avianca Brasil "tem caixa para enfrentar a crise se ela não perdurar". "Mas o caixa não é eterno." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Aviaçãocompanhias-aereasEmpresasEmpresas brasileirasGol Linhas AéreasLatamServiçosSetor de transporte

Mais de Negócios

Azeite a R$ 9, TV a R$ 550: a lógica dos descontaços do Magalu na Black Friday

20 frases inspiradoras de bilionários que vão mudar sua forma de pensar nos negócios

“Reputação é o que dizem quando você não está na sala”, reflete CEO da FSB Holding

EXAME vence premiação de melhor revista e mantém hegemonia no jornalismo econômico