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Empresários discutem promoção da diversidade LGBTI+ nas organizações

Painéis sobre diferenciais competitivos foi promovido pelo Fórum de Empresa e Direitos LGBTI+, que já conta com 62 signatárias

Funcionários de empresa com bandeira LGBT (Rawpixel/Thinkstock)

Funcionários de empresa com bandeira LGBT (Rawpixel/Thinkstock)

Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 10 de outubro de 2018 às 17h50.

Última atualização em 16 de outubro de 2018 às 19h02.

São Paulo -- Catorze presidentes de grandes empresas no Brasil discutiram iniciativas de diversidade na tarde da terça-feira, 9, em São Paulo, no 15º Fórum de Empresa e Direitos LGBTI+. “Quando impacto um funcionário, consequentemente, posso mudar o entorno dele, como seu ambiente familiar”, disse Dimitrius Oliveira, presidente da Atento no Brasil.A empresa de central de atendimento tem 1300 funcionários transexuais.

Durante três rodadas de debates, com quatro presidentes em cada, todos concordaram como a liderança precisa ser empática e genuína para compreender os diferentes perfis de funcionários e, assim, atender diferentes demandas de seus consumidores. “Diversidade é um diferencial competitivo. Queremos empoderar mais funcionários ao redor do mundo e nenhum perfil pode ficar para trás”, afirmou Paula Bellizia, presidente da Microsoft no Brasil.

O evento também contou com a presença das novas signatárias do Fórum. De 62 empresas que assinaram uma carta de 10 compromissos de Direitos LGBTI+,  Avanade, Bain & Company, BD, Cargill, Itaú, Lefosse Advogados, Serur Advogados, Resultado Digitais e Vivo  chegaram a partir de maio deste ano. "A gente não quer apenas oportunidades de trabalhar. Nós queremos condições.”, afirmou Reinaldo Bulgarelli, secretário executivo do Fórum de Empresas e Direitos  LGBTI+.

Além d debate entre presidentes, o 15º Fórum teve um painel no qual quatro jovens contaram suas experiências em empresas que apoiaram suas orientações sexuais. Todos eles, se disseram mais confortáveis e produtivos neste ambiente. Segundo dados da Pesquisa Demitindo Preconceitos (Consultoria Santo Caos, 2015), cerca de 40% relatam já ter sofrido algum tipo de discriminação no trabalho simplesmente por serem LGBTI+.

“Já pensei em desistir da minha carreira porque familiares me diziam que um chefe nunca iria me aceitar, mas quando encontrei o escritório que estou hoje me inscrevi no processo seletivo por admirar a existência do programa de diversidade”, disse  Amanda Ganzzaniga, funcionária do Mattos Filho. O painel foi mediado por Adriana da Costa Ferreira, líder de Diversidade e Inclusão da IBM para a América Latina.

O Fórum de Empresas e Direitos LGBT é um dos parceiros do Guia Exame Diversidade, iniciativa inédita de EXAME em parceria com o Instituto Ethos, instituição precursora na inserção da diversidade como elemento essencial da gestão empresarial.

O Guia Exame Diversidade 2018, que será publicado em novembro, vai avaliar o nível de maturidade das empresas na promoção da diversidade e na inclusão de pessoas LGBTI+, mulheres, negros e portadores de deficiência. No total, são 11 itens de avaliação: estratégias para a promoção da diversidade e inclusão, diversidade e governança, cultura organizacional, acessibilidade, gestão da inclusão na cadeia de suprimentos, relacionamento com clientes e consumidores, programa de diversidade, inclusão de pessoas com deficiência, promoção da equidade de gênero, promoção da equidade racial e promoção dos direitos LGBTI+.

Outros apoiadores são: Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert), Coalizão Empresarial para Equidade Racial e de Gênero, Movimento Mulher 360 e Rede Empresarial de Inclusão.

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