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Empresa de Richard Branson aposta em linha de cruzeiros

O magnata anunciou na terça-feira, em Miami, que sua linha Virgin Cruise encomendará seus três primeiros navios


	Richard Branson: "nós sabemos como criar algo que levará milhões de pessoas que atualmente não fazem cruzeiros a experimentá-los"
 (GettyImages)

Richard Branson: "nós sabemos como criar algo que levará milhões de pessoas que atualmente não fazem cruzeiros a experimentá-los" (GettyImages)

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Da Redação

Publicado em 24 de junho de 2015 às 11h40.

O bilionário Richard Branson trouxe massagens de bordo para o setor aéreo e prometeu viagens espaciais para turistas civis. Agora ele quer seduzir uma geração mais jovem de passageiros para os navios de cruzeiros.

O magnata anunciou na terça-feira, em Miami, que sua linha Virgin Cruise encomendará seus três primeiros navios, com capacidade para transportar 4.200 passageiros mais tripulação, do estaleiro italiano Fincantieri S.p.A., com início das entregas em 2020. A Virgin oferecerá cruzeiros de sete dias pelo Caribe, focando em um público que Branson diz não ter sido alcançado por gigantes da indústria como a Carnival Corp.

“Nós sabemos como criar algo que, esperamos, levará milhões de pessoas que atualmente não fazem cruzeiros, que nunca sonhariam em fazer um cruzeiro, a experimentá-los”, disse Branson, em entrevista após o anúncio.

A Virgin está apostando que sua marca atrairá passageiros entre os 95 milhões de pessoas que compõem a geração Y nos EUA -- nascidas entre 1980 e 2000 --. O passageiro de cruzeiro atual tem 49 anos, é casado e tem uma renda anual de US$ 114 mil, de acordo com a Associação Internacional de Linhas de Cruzeiros, que tem sede em Washington.

“Há um segmento do mercado que simplesmente não está sendo atendido atualmente”, disse o presidente da Virgin Cruise, Tom McAlpin. As empresas que tentam atrair todos os segmentos da sociedade “estão tentando ser todas as coisas para todas as pessoas e, no fim das contas, não oferecem nada específico”.

O número de passageiros superará os 23 milhões neste ano, contra 22,1 milhões no ano passado, segundo a associação do setor.

República Dominicana

Outras empresas já estão inovando. A Carnival, líder do setor, introduziu neste mês a fathom, uma linha com foco nos consumidores que querem fazer o bem enquanto navegam. O primeiro itinerário, no ano que vem, incluirá uma parada na República Dominicana, onde os clientes podem plantar árvores ou ensinar inglês antes de retornarem ao navio.

Qualquer coisa que coloque os cruzeiros em destaque é boa para o setor, disse Arnold Donald, CEO da Carnival, a maior operadora de cruzeiros do mundo, em entrevista.

“Estamos animados, nós amamos isso”, disse ele, sobre a entrada de Branson no setor. “Isso gera um interesse nos cruzeiros. Nós concorremos com as férias em terra. Se você juntar todas as camas de todos os navios de cruzeiros, elas somam menos de 2 por cento dos quartos de hotel do mundo”.

Branson e McAlpin minimizaram uma ação judicial apresentada por Colin Veitch, ex-chefe da Norwegian Cruise Line Holdings Ltd., que disse que a ideia de criar e financiar uma nova empresa de navegação sob o rótulo Virgin foi roubada dele, causando-lhe um prejuízo de US$ 315 milhões. O processo “não é pertinente”, disseram os dois.

Foco na América do Norte

A encomenda de navios pela Virgin totaliza “menos de US$ 2 bilhões”, disse Branson, preferindo não detalhar como a compra está sendo financiada. O contrato final com a Fincantieri, que tem sede em Trieste, na Itália, será assinado no quarto trimestre, segundo a Virgin.

No momento, a empresa não estuda expandir suas operações para a China, onde outras empresas de cruzeiros disseram ver mais potencial de crescimento do que nos Estados Unidos.

“Estamos olhando para o mercado da América do Norte”, disse McAlpin. “Há um grande mercado com uma capacidade inexplorada. Estamos pescando onde estão os peixes”.

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