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Empresa de comida saudável investe em marca de 'snacks' de mandioca para fazer R$ 300 milhões

Zaya, de farinha e snacks de mandioca, faturou R$ 15 milhões no último ano, mas quer mais do que duplicar a receita anualmente

Felipe Carvalho, Marcelo Achcar e Rodrigo Carvalho: objetivo é que pontos de venda cresçam de 800 para 20.000 (Guilherme Soriano Sapia /Divulgação)

Felipe Carvalho, Marcelo Achcar e Rodrigo Carvalho: objetivo é que pontos de venda cresçam de 800 para 20.000 (Guilherme Soriano Sapia /Divulgação)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 12 de setembro de 2024 às 15h23.

Última atualização em 12 de setembro de 2024 às 17h06.

A pandemia da covid-19 foi a virada de chave no setor de alimentação saudável. Com mais pessoas preocupadas em cuidar da saúde, o mercado atingiu um faturamento de 100 bilhões de reais em 2020. O ritmo segue acelerado, com uma previsão de crescimento de 25% até 2025.

A busca por alimentos que trazem benefícios reais à saúde se reflete em um leque cada vez maior de produtos: desde frutas orgânicas e leites vegetais até alimentos sem açúcar e sem glúten.

É justamente nessa última categoria que a Zaya se destaca. Fundada em 2017, a empresa paulista fornece farinhas e snacks sem glúten, feitos principalmente de mandioca, e já alcançou um faturamento de 15 milhões de reais

Agora, dá um passo importante para crescer essa receita e chegar numa receita de 300 milhões de reais em três anos. A empresa assina, na tarde desta quinta-feira, 12, o contrato de fusão com a Positive Company, um dos maiores players do setor de alimentos naturais no Brasil e dona de marcas como A Tal da Castanha e Plant Power.

Com a união com a Positive Company, a Zaya se prepara para dar um salto em sua operação, com o objetivo de triplicar o faturamento no primeiro ano da parceria e passar de 800 para 20.000 pontos de venda. 

Qual é a história da Zaya 

A história da Zaya começou com a visão do empresário Marcelo Achcar. Após quase duas décadas no setor automotivo, dono de uma indústria de rodas de liga leve Alujet, ele decidiu mudar completamente de ramo e se dedicar à criação de produtos alimentícios saudáveis. O ano era 2017.

“Eu queria algo diferente, que realmente ajudasse as pessoas e trouxesse inovação para o mercado”, diz Achcar. “Vi farinhas sem nenhum contaminante de glúten nos Estados Unidos e entendi que deveria ter algo assim no Brasil”.

A aposta por aqui foi na mandioca. Ele desenvolveu uma linha de farinhas sem glúten, que rapidamente ganhou popularidade, principalmente entre consumidores com restrições alimentares. Aos poucos, a produção ganhou escala, principalmente com a pandemia e com as pessoas fazendo mais comida em casa.

“Quando a pandemia passou, ficamos com medo de quebrar, porque as pessoas não teriam mais tempo de cozinhar em casa”, diz. “Mas aí desenvolvemos um snack saudável, um salgadinho feito à base de farinha de mandioca, sem glúten e sem ovos”.

O Zaytas, como chama o salgadinho, conquistou o público e hoje representa 85% do faturamento da empresa

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Como será a fusão com a Positive Company 

A fusão anunciada nesta quinta-feira terá como principal objetivo ajudar na capilaridade da Zaya, hoje presente em cerca de 800 pontos de venda, principalmente em São Paulo.

“Como não conseguimos ter uma capilaridade, o produto acaba ficando caro e restrito”, diz o empreendedor. “Agora, com essa parceria com a Positive Company, teremos capacidade de entregar em muitos mais pontos de venda. Vamos ganhar escala e, consequentemente, diminuir o preço do produto”. 

A Positive é dona de marcas como A Tal da Castanha e Plant Power, e tem a cafeeira Grupo 3corações como sócia. 

“Com a 3corações, o universo é muito grande, conseguimos baixar o custo fixo”, afirma. “E vamos estar em todo Brasil”.

Achcar - e toda equipe da Zaya - continuará na operação. A fábrica de Vinhedo também, mas receberá uma expansão para atender a nova demanda. 

"Nós devemos demorar mais ou menos uns seis meses para fazer a integração total e fazer um investimento em capacidade produtiva", diz Rodrigo Carvalho, sócio fundador da Positive. "Essa primeira fase vai ser isso. Depois, em um prazo de 12 meses para frente, a expectativa é de conseguir colocar o produto em muitos mais lugares e usar toda a força que já temos de mercado para uma expansão acelerada nos próximos dois anos".

Quais são os planos de crescimento

Com a união, a Zaya já traçou metas ambiciosas.

 A empresa espera aumentar seu faturamento para 40 milhões de reais no ano que vem e atingir 300 milhões de reais até 2027

O foco será expandir a produção de snacks saudáveis, investindo em pesquisa e desenvolvimento (P&D) para criar novos produtos e melhorar as linhas existentes. 

“O time de P&D da Positive é fantástico, e vamos aproveitar esse conhecimento para continuar inovando e oferecendo produtos cada vez melhores”, afirma  o CEO.

Se depender dessa nova função, em breve veremos os salgadinhos e produtos da Zaya em várias prateleiras. 

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