Semicondutores: China quer ampliar autossuficiência no segmento (Cern/Divulgação)
Juliana Estigarribia
Publicado em 2 de junho de 2020 às 10h07.
A maior fabricante de chips da China, a Semiconductor Manufacturing International Corporation (SMIC), planeja uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) em Xangai, com expectativa de levantar 20 bilhões de yuans (cerca de 2,8 bilhões de dólares). O movimento ocorre em meio à escalada das tensões da guerra comercial entre os Estados Unidos e o país asiático.
A fabricante quer elevar os seus investimentos em tecnologia, além dos volumes de produção. A SMIC, que é listada em Hong Kong, recebeu um investimento da ordem de 2,2 bilhões de dólares de investidores estatais no mês passado.
A empresa de semicondutores está reforçando a estratégia de autossuficiência da China no segmento para fazer frente aos Estados Unidos, líder absoluto no negócio de chips.
O governo americano vem pressionando as empresas chinesas. A gigante Huawei é uma delas. A companhia tem sido um dos principais alvos de sanções dos Estados Unidos.
No mês passado, Washington anunciou uma série de medidas que buscam tirar a empresa do mercado global de semicondutores. O governo americano a considera uma ameaça para a segurança nacional.
Ainda no mês passado, o governo chinês pediu aos Estados Unidos que coloquem um "fim à repressão irracional contra a Huawei e as empresas chinesas”. O presidente Donald Trump anunciou novos controles de exportação para limitar o acesso da gigante chinesa à tecnologia de semicondutores.
“O governo chinês defenderá firmemente os direitos e os interesses legítimos e legais das empresas chinesas”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores em um comunicado.