Novidade: entregas da Brastemp B.blend, que começaram por São Paulo e Campinas, já são feitas em 400 cidades (Divulgação Ambev)
Tatiana Vaz
Publicado em 23 de agosto de 2016 às 17h07.
São Paulo - Quando foi criada, em maio do ano passado, a B.blend esperava vender uma boa quantidade de refrigerantes Guaraná em cápsula para suas máquinas de bebidas nos primeiros doze meses de operação.
Nada comparado ao que aconteceu, em meio a retração da economia e incertezas políticas: as vendas do produto da joint venture entre Ambev e Whirlpool foram oito vezes maiores.
A surpresa foi tanta que a companhia decidiu investir em uma fábrica de cápsulas de bebidas no país, mesmo no cenário macroeconômico atual, desanimador para investimentos.
Anunciou hoje que está finalizando a construção de uma unidade fabril em Sete Lagoas, Minas Gerais, dentro de um complexo industrial da Ambev.
A planta, feita em seis meses por 50 pessoas e com 70 fornecedores, tem 1.600 metros quadrados, emprega 15 pessoas, por ser praticamente toda automatizada, e fará 25 bebidas.
O início da produção será neste segundo semestre, mas a empresa não precisou quando.
A decisão, espera a companhia, deve acarretar em uma maior rapidez de lançamentos, cadeia simplificada e uma maior flexibilidade de preços e portfólio. Antes, todas as cápsulas vinham da Alemanha – as máquinas de bebidas seguem sendo feitas em Joinville, Santa Catarina.
Os preços, no entanto, não devem ser alterados. Hoje, as cápsulas custam entre R$ 1,49 a R$ 4,99 e a máquina, desde seu lançamento, teve o valor reduzido de R$ 3.499 para R$ 2.999.
“Atuaremos em dez categorias de bebidas, com opções de produtos e preços para os mais variados tipos de consumo”, afirmou Omar Zeyn, CEO da B.blend.
Ajuda do público
Cinco novas marcas foram anunciadas pela empresa – os segmentos que serão foco da produção: Puro Gosto, de sucos 100% naturais, Levez, de néctares, Sunchai, de chás quentes e gelados, Fruá, de frapês, e Brown Town, de chocolates.
Entre elas, duas (Puro Gosto e Levez) surgiram a partir de pesquisas e sugestões de parte dos clientes premium, os 500 primeiros a comprarem as máquinas da B.blend.
Depois de uma seleção, a empresa reuniu 40 ideias co-criadas com ajuda dessas pessoas, em novembro de 2015. Elas não receberão nada financeiro em troca.
“Mas têm o privilégio de fazerem parte da criação de novos sabores, além de estreitarem sua relação com a marca”, afirma Zeyn.
As vendas dos produtos continuarão sendo feitas pelo site da marca, http://www.bblend.com.br, e em parte das lojas da FastShop – 50 unidades já comercializam as máquinas.
Atualmente, 400 cidades do país recebem os produtos e a intenção é ampliar esse número.
“A empresa em uma cadeia logística própria, apesar de estar dentro do complexo da Ambev”, explica o CEO.
Fazer bebidas alcoolicas da Ambev estão fora de cogitação até o momento, garante o executivo.