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Empresa da Cielo e BB tem lucro pro forma de R$ 578 mi

"Não é casca. A empresa nasce com receitas, funcionários etc", disse Rômulo de Mello Dias, presidente da Cielo


	Cielo: de acordo com o presidente da companhia a nova empresa, que ainda não tem nome, terá 500 funcionários
 (Paulo Fridman/Bloomberg)

Cielo: de acordo com o presidente da companhia a nova empresa, que ainda não tem nome, terá 500 funcionários (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 20 de novembro de 2014 às 11h37.

São Paulo - O lucro líquido pro forma da joint venture que Cielo e Banco do Brasil vão criar para atuar na gestão de cartões, confirmada na quarta-feira, 19, como antecipou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, foi de R$ 578 milhões de setembro do ano passado até o mesmo mês de 2014.

A informação é de Rômulo de Mello Dias, presidente da Cielo. "Não é casca. A empresa nasce com receitas, funcionários etc", destacou ele, em teleconferência, nesta quinta-feira, 20.

De acordo com o executivo, a nova empresa, que ainda não tem nome, terá 500 funcionários. A divisão de receitas entre os acionistas seguirá o arranjo societário definido, sendo 70% para a Cielo e 30% para o BB.

A adquirente indicará três membros do conselho da joint venture que serão, conforme Mello, executivos da Cielo. Já o BB indicará os outros dois. O CEO da nova empresa também ficará a cargo da Cielo. Segundo Dias, o executivo pode ser tanto da própria adquirente como do mercado.

As conversas entre BB e Cielo sobre a joint venture em cartões tiveram início, de acordo com ele, no começo de 2014, mas foram interrompidas em maio por não chegarem a um acordo. "Interrompemos as conversas em maio e retomamos recentemente. O BB nos procurou e trouxe ideias novas e nós também", resumiu o presidente da Cielo, sem dar mais detalhes.

A nova sociedade a ser constituída por BB e Cielo terá o direito de explorar as atividades de gestão das transações de contas de pagamento pós-pagas e de gestão da funcionalidade de compras via débito de arranjos de pagamentos. A adquirente aportará R$ 8,1 bilhões na joint venture, cujos recursos virão de uma emissão de debêntures com garantia firme, conforme antecipou o Broadcast. A nova companhia está avaliada em R$ 11,6 bilhões.

Dívida bruta

A dívida bruta da Cielo aumentará de quase R$ 2,5 bilhões para R$ 10,1 bilhões com a emissão de debêntures que a adquirente fará para aportar na nova joint venture que terá com o Banco do Brasil, segundo Rômulo de Mello Dias, presidente da Cielo. O índice dívida líquida/Ebitda ajustado passará de 0,5 vez para 1,6 vez, diz ele.

Devido ao aumento do seu endividamento com a nova empresa, a Cielo propôs redução do pagamento de dividendos dos lucros auferidos em cada exercício de no mínimo 50% para no mínimo 30%. "Vamos propor a redução, mas 30% serão o mínimo que devemos distribuir de dividendos. Esse porcentual não será mantido para sempre", explicou Dias.

A proposta de redução do dividendo mínimo será feita após a conclusão da criação da joint venture. Segundo Dias, a redução do dividendo mínimo, conforme ele, trará flexibilidade para a Cielo compatibilizar futuramente o fluxo de caixa gerado frente ao novo endividamento. "A decisão do payout será tomada no devido tempo. O dividendo poderá ser maior à medida que o endividamento for decrescendo", acrescentou ele, em teleconferência com analistas.

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