Negócios

Embraer tem resultados abaixo do esperado, mas mantém metas

Fabricante divulgou resultados abaixo do esperado pelo mercado no terceiro trimestre com a menor entrega de aviões comerciais


	Embraer: meta é de 90 a 95 jatos comerciais, 80 a 90 jatos executivos leves e 25 a 30 aviões executivos maiores
 (Nacho Doce/Reuters)

Embraer: meta é de 90 a 95 jatos comerciais, 80 a 90 jatos executivos leves e 25 a 30 aviões executivos maiores (Nacho Doce/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de outubro de 2013 às 15h49.

São Paulo - A Embraer, terceira maior fabricante de aviões civis do mundo, divulgou resultados abaixo do esperado pelo mercado no terceiro trimestre, com menor entrega de aviões comerciais, mas reafirmou suas metas para o ano nesta quinta-feira, acreditando em um forte quarto trimestre.

Os números operacionais da empresa levantaram dúvidas sobre o possível alcance das metas de entregas e de lucro operacional, mas segundo o vice-presidente financeiro da fabricante, José Filippo, os dados foram prejudicados pelo adiamento de entregas do terceiro para o quarto trimestre.

"Algumas entregas, tanto da aviação comercial como a executiva, foram adiadas para o quarto trimestre, portanto estamos com os números do terceiro trimestre um pouco abaixo do que esperávamos por conta desses adiamentos. Com esses números e as expectativas que temos, nós confirmamos ainda uma manutenção da nossa projeção, obviamente na faixa mínima desse valor", disse, em teleconferência com jornalistas.

A meta de entregas da Embraer para este ano é de 90 a 95 jatos comerciais, 80 a 90 jatos executivos leves e 25 a 30 aviões executivos maiores. O total de entregas da Embraer no ano está em 124 aeronaves, sendo 58 comerciais e 66 executivas.

Ainda assim, o executivo considerou que o adiamento das entregas para o quarto trimestre eleva o desafio de atingir as estimativas.

"Obviamente era melhor que tivéssemos uma distribuição ao longo do ano... Mas a empresa está preparada para lidar com isso." Filippo ressaltou também que as paralisações temporárias de trabalhadores registradas na fábrica em São José dos Campos (SP) não afetam a produção da empresa. A Embraer negocia reajuste salarial com o sindicato local, sendo que três paradas já foram feitas pelos funcionários apenas neste mês, sendo a mais recente, de 24 horas, nesta quinta-feira.


Pela manhã, a Embraer informou que seu lucro antes de juros e impostos (Ebit) caiu 15,5 por cento no terceiro trimestre, ante igual período de 2012, para 173,1 milhões de reais. A margem Ebit passou de 7,2 para 5,9 por cento.

No acumulado do ano, a margem Ebit da empresa ficou em 6,4 por cento, sendo que a Embraer tem a meta de encerrar 2013 com margem entre 9 e 9,5 por cento. Para a margem Ebitda, que ficou em 11,8 por cento no acumulado de janeiro a setembro, a meta é de 13 a 14 por cento.

O resultado do terceiro trimestre foi marcado pela menor entrega na aviação comercial e pela mudança no mix de produtos entregues que "levou a uma menor alavancagem operacional e, consequentemente, queda na margem bruta e no resultado operacional (Ebit)".

O lucro líquido da fabricante totalizou 118,7 milhões de reais no terceiro trimestre, queda de 10 por cento sobre um ano antes. Em dólares, a empresa lucrou 52,9 milhões, abaixo da expectativa média de cinco analistas consultados pela Reuters, de 75 milhões de dólares.

A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) totalizou 358,5 milhões de reais, alta de 5,4 por cento sobre um ano antes. A margem Ebitda subiu de 12 para 12,2 por cento.

O número também ficou abaixo da expectativa de 172 milhões de dólares, já que na moeda norte-americana o Ebitda da Embraer totalizou 156,4 milhões de dólares.

Entre julho e setembro, a Embraer entregou 19 aviões comerciais e 25 executivos, ante 27 unidades comerciais e 13 executivas entre julho e setembro de 2012.


O total de entregas subiu de 40 para 44 aviões na mesma base de comparação, o que segundo a Embraer resultou em alta de 3,5 por cento na receita líquida, para 2,943 bilhões de reais.

Às 16h04, as ações da Embraer operavam em baixa de 1,8 por cento, a 16,19 reais, enquanto o Ibovespa caía 0,07 por cento.

Jetblue

Os executivos da Embraer evitaram dar estimativas para 2014, mas ressaltaram que a decisão da norte-americana JetBlue, de adiar o recebimento de 24 aviões da brasileira para entre 2020 e 2022, ante cronograma anterior de 2014 a 2018, não afeta os planos para o próximo ano.

"As entregas (gerais) previstas continuam. A companhia avalia outras opções. Não tem nesse momento alteração do plano de produção", disse Filippo.

Em teleconferência com analistas, o presidente da Embraer, Frederico Curado, ressaltou que a decisão da JetBlue não irá impactar a produção em 2014 e 2015.

"Esperamos substituir esses pedidos com outros, não acelerar nada. Estamos falando de aviões que não impactam em 2014 ou 2015", disse.

Também nesta quinta-feira, a principal rival da fabricante brasileira, a Bombardier, anunciou que também teve queda no lucro de quase 15 por cento, com queda tanto nas entregas quanto nas encomendas.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas abertasSetor de transporteempresas-de-tecnologiagestao-de-negociosResultadoAviaçãoEmbraerBalanços

Mais de Negócios

Como o supermercado carioca Guanabara se tornou um império de R$ 6 bilhões com preço baixo

Eles apostaram US$ 1 milhão e hoje faturam US$ 550 mil por ano com cinema antigo

De olho na próxima geração de líderes, Saint Paul lança graduação inédita em Administração

Com nova experiência, Smiles dobra oferta de hotéis que rendem milhas