Embraer: a multa está em linha com a provisão da Embraer feita em julho de 200 milhões de dólares. (Eric Piermont/AFP)
Reuters
Publicado em 24 de outubro de 2016 às 15h36.
Última atualização em 24 de outubro de 2016 às 16h57.
São Paulo - A Embraer chegou nesta segunda-feira a um acordo com autoridades de Brasil e Estados Unidos para encerrar uma investigação de corrupção, pagando 206 milhões de dólares para virar a página sobre evidências de subornos em quatro contratos no exterior.
A investigação interna da fabricante de aeronaves, iniciada em 2010 após o recebimento de uma intimação nos EUA, encontrou evidências de problemas em vendas na Arábia Saudita, Índia, Moçambique e República Dominicana no período de cinco anos até 2011.
A multa está em linha com a provisão da Embraer feita em julho de 200 milhões de dólares.
As ações da fabricante de aviões subiam 0,06 por cento após o anúncio, que propõe encerrar um caso em que a empresa poderia ser processada, sob a lei dos EUA contra corrupção fora do país.
A empresa disse que não é parte de investigação criminal paralela dos promotores brasileiros sobre certos indivíduos.
Terceira maior fabricante mundial de jatos comerciais, a Embraer substituiu grande parte de sua alta administração nos últimos anos, em linha com esforços de conformidade e reduziu o uso de representantes de vendas terceirizados, o que tinha levantado suspeitas nos casos analisados.
Uma investigação interna abrangente liderada pela Baker & McKenzie se expandiu para além do âmbito do inquérito inicial das autoridades norte-americanas, revendo centenas de milhares de documentos e realização de mais de 100 entrevistas, disse a empresa em comunicado.
No processo, a Embraer disse que os investigadores concluíram que a empresa foi responsável por práticas em desacordo com as leis em quatro operações entre 2007 e 2011.
Os negócios envolvem oito aviões Super Tucano para a República Dominicana; três aviões de vigilância para a Índia por valor não revelado; dois jatos comerciais E190 vendidos a LAM, aérea estatal de Moçambique; três jatos E170 vendidos à estatal de petróleo Saudi Aramco para a aviação de negócios.