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Embraer estuda entrar no mercado de aeronaves turboélice

De acordo com executivo, essa aposta estaria em linha com a estratégia da empresa de ser a líder no segmento de até 150 assentos

Embraer: a Embraer tem interagido com vários clientes, que vêm com bons olhos a possibilidade de a empresa trazer um produto para esse mercado (Simon Dawson/Bloomberg)

Embraer: a Embraer tem interagido com vários clientes, que vêm com bons olhos a possibilidade de a empresa trazer um produto para esse mercado (Simon Dawson/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de fevereiro de 2018 às 20h37.

São José dos Campos - A Embraer está estudando entrar no mercado de turboélices, aeronaves de menor porte que costumam ser operadas em rotas regionais, afirmou Rodrigo Souza e Silva, vice presidente de Marketing da divisão de Aviação Comercial.

De acordo com o executivo, essa aposta estaria em linha com a estratégia da empresa de ser a líder no segmento de até 150 assentos. "Com o E2, estamos nos posicionando na faixa de cima. O que estamos olhando agora são aviões menores, de outras capacidades ou outros segmentos", disse a jornalistas após evento da empresa.

Silva conta que a Embraer tem interagido com vários clientes, que vêm com bons olhos a possibilidade de a empresa trazer um produto para esse mercado. Potencial existe, já que as aeronaves disponíveis hoje são consideradas antigas, e há grande espaço para ganhos de eficiência e redução de custos operacionais na indústria. "Se lançarmos, vai ser com tecnologia igual ou superior à do E2", diz Silva.

Caso venha de fato a seguir com o projeto, a Embraer desenhará um produto para concorrer diretamente com o ATR 72, da fabricante francesa ATR, e com o Dash 8 Q-400, da Bombardier - ambos com capacidade para cerca de 70 assentos. O principal mercado para o eventual turboélice da companhia seria o da Ásia Pacífico, aponta Silva. "Seria um bom complemento, em termos estratégicos, ao E2". Os E-Jets são produtos fortes principalmente nas Américas, Europa e China.

O executivo ressalta que este é um projeto ainda em estágio bem preliminar, visando o médio e longo prazos. Mas conta que há um grupo de trabalho se debruçando em estudos de mercado e análises técnicas para tornar essa uma oportunidade viável para o futuro. "Mas, agora, nosso foco é vender e integrar a família E2."

A primeira entrega da nova geração dos E-Jets está prevista para abril deste ano. O primeiro E190-E2 pertencerá à Widerøe, maior companhia aérea regional da Escandinávia, que pretende começar a voar comercialmente com o jato logo após a entrega. O próximo modelo da geração a entrar em atividade é o E195-E2, o maior deles - quem receberá o primeiro jato, no primeiro semestre de 2019, é a companhia aérea Azul. Por último, fica o E175-E2, com entrega prevista para 2021.

Porém, a entrada do E175-E2 no mercado norte-americano - um dos maiores do mundo - permanece incerta devido à chamada "cláusula de escopo", uma determinação do sindicato local de pilotos que impede que a nova aeronave da Embraer opere regionalmente no País.

Segundo Rodrigo Souza e Silva, a companhia continua acreditando que, com a chegada das aeronaves, mais eficientes e modernas, ao mercado, uma renegociação com os pilotos tome um tom mais favorável. Ele reforça, porém, que há potencial para a aeronave em diversos outros mercados além dos Estados Unidos.

Silva foi questionado sobre o andamento das negociações da Embraer com a Boeing, mas não quis fazer comentários.

A Embraer entregou nesta quinta-feira, 22, duas aeronaves à holandesa KLM. Os jatos, um E175 e um E190, serão operadas pela KLM Cityhopper, subsidiária da empresa que atua em aviação regional.

Com essa entrega e mais três programadas para os próximos meses, a Cityhopper completa uma frota de 49 jatos, todos da Embraer. Segundo o Warner Rootliep, diretor da Cityhopper, as aeronaves da brasileira são ideais ao modelo de negócios da companhia, que demanda flexibilidade e eficiência.

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