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Embraer defende limites para financiamento estatal na aviação

O presidente-executivo afirmou que os padrões da indústria para financiamento por bancos estatais funcionaram bem para promover a competição

Embraer: Silva afirmou que a injeção de capital ajudou a Bombardier a vender o CSeries a preços baixos para a Delta Air Lines em abril (Porneczi/Bloomberg)

Embraer: Silva afirmou que a injeção de capital ajudou a Bombardier a vender o CSeries a preços baixos para a Delta Air Lines em abril (Porneczi/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 20 de dezembro de 2016 às 20h43.

São Paulo - A Embraer defendeu nesta terça-feira que a indústria de aviação defina limites sobre financiamento estatal voltado ao desenvolvimento de aeronaves, um dia depois que o Brasil anunciou que vai recorrer à OMC contra o que considera como subsídios ilegais canadenses à rival Bombardier .

O presidente-executivo da Embraer, Paulo Cesar Silva, afirmou que os padrões da indústria de aviação para financiamento a exportação por bancos estatais funcionaram bem na promoção de uma competição justa entre Embraer, Bombardier e os rivais maiores Boeing e Airbus.

"Se a indústria puder estabelecer um conjunto de regras para financiamento de desenvolvimento de aeronaves similar ao que temos para o financiamento de exportações, então teremos um nível de competição equilibrado", disse Silva a jornalistas.

O momento, porém, pode ser difícil para um acordo da indústria, depois que o Brasil disse na segunda-feira que vai questionar na Organização Mundial do Comércio (OMC)investimentos feitos pela província canadense de Québec no desenvolvimento do modelo CSeries, um rival direto do E-195, da Embraer.

Silva afirmou que a injeção de capital ajudou a Bombardier a vender o CSeries a preços baixos para a Delta Air Lines em abril e houve sinais de campanhas de preços agressivos em outras vendas nos Estados Unidos.

Representantes da Bombardier não comentaram o assunto de imediato.

A mais recente disputa na OMC relembra um confronto de quase duas décadas atrás entre Brasil e Canadá sobre financiamento estatal para exportações da Embraer e Bombardier.

Silva afirmou que é importante a definição de limites uma vez que novos entrantes no mercado como Rússia, Japão e China estão desafiando a liderança de Embraer e Bombardier no mercado de jatos regionais, em alguns casos com generoso apoio governamental.

"Mal dá para dois (fabricantes). Para cinco é impossível", afirmou Silva.

Ele acrescentou que a demanda, enquanto isso, está passando por um ciclo de desaquecimento, o que torna 2017 um ano desafiador.

Mudanças estruturais no mercado de aviação regional, com o surgimento de companhias de compartilhamento de aeronaves, como a NetJets nos EUA, também têm contribuído para dar aos compradores de aviões mais poder de barganha em um setor já fraco para novos jatos executivos, disse Silva.

Um ponto de destaque para a Embraer é a divisão de defesa, que deve começar a entregar o cargueiro militar KC-390 para a Força Aérea Brasileira em 2018.

Jackson Schneider, diretor da divisão de defesa da Embraer, afirmou a jornalistas que espera receber nova encomenda para o cargueiro em 2017.

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