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Outubro de 2010: Embraer decide fechar fábrica na China

Empresa decidiu que seria difícil se manter no país a partir do ano que vem, quando os chineses começarão a fabricar seus próprios aviões

Funcionários da unidade chinesa da Embraer (Divulgação/Embraer)

Funcionários da unidade chinesa da Embraer (Divulgação/Embraer)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.

Última atualização em 14 de abril de 2020 às 06h50.

São José dos Campos, SP - A Embraer optou pelo fechamento da sua fábrica na China devido aos planos chineses de produzir seus próprios aviões. "Os chineses vão começar sua produção própria em 2011 e nos veem como concorrentes", disse Paulo Cesar de Souza e Silva, vice-presidente executivo para o mercado de aviação comercial da Embraer.

A empresa tem uma fábrica na China em associação com a Aviation Industries of China (Avic), para a fabricação do ERJ-145, de 50 lugares. A ideia da Embraer seria ter a autorização para construir um avião maior, de capacidade para 120 passageiros. Porém, a China está desenvolvendo aviões próprios. Segundo Silva, a última entrega de um ERJ-145 será feita em março.

O executivo afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma carta para o governo chinês sobre o assunto, mas não obteve resposta. "Não temos perspectivas de continuar a produção", disse.

Perspectiva

A Embraer prevê que o mercado de aviação deve voltar aos níveis pré-crise a partir do final do ano que vem. Até então, a empresa prevê estabilidade em relação aos resultados de 2010. "Esperamos um resultado parecido com o do ano atual", disse Silva. Segundo ele, o mercado está melhorando gradualmente, com melhores resultados na América Latina, Ásia e Oriente Médio, mas Estados Unidos e Europa continuam fracos.

Para este ano, a companhia prevê vendas de 90 a 95 aviões, ainda 30% abaixo do nível pré-crise. Em 2009, as vendas foram "praticamente zero", segundo ele. As entregas devem somar 100 aeronaves em 2010, enquanto em 2009 foram entregues 120 aviões.

O executivo destacou que, no Brasil, um fator negativo neste momento é o real apreciado, que gera um desequilíbrio entre os custos da empresa (em reais) e sua receita (que é 92% em dólares). Hoje a empresa promoveu um evento em conjunto com a Azul para apresentar uma parceria contra o câncer de mama, em São José dos Campos (SP).

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