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Embraer cria divisão para Defesa e aposta em expansão

A previsão da Embraer é encerrar 2010 com receita ao redor de 1,1 bilhão de reais na área de Defesa

O KC-390 já tem intenções de compra de 54 unidades, sendo 28 aviões pela Força Aérea Brasileira (FAB) (Divulgação/Embraer)

O KC-390 já tem intenções de compra de 54 unidades, sendo 28 aviões pela Força Aérea Brasileira (FAB) (Divulgação/Embraer)

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Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2010 às 19h09.

São Paulo - A expectativa de crescimento dos negócios na área de defesa e segurança motivou a Embraer, terceira maior fabricante mundial de aviões comerciais, a criar uma divisão dedicada exclusivamente a cuidar desse negócio, que em alguns anos deve representar 20 por cento da receita total da companhia.</p>

"É uma divisão com autonomia bastante diferenciada. Dos nosso três negócios, Defesa é, sem dúvida, o que tem mais especificidades. Aviação comercial e executiva têm muita coisa em comum", afirmou à Reuters o presidente-executivo da Embraer, Frederico Curado, na tarde desta sexta-feira.

Pela manhã, a Embraer anunciou a criação da unidade empresarial Embraer Defesa e Segurança, que será presidida por Luiz Carlos Aguiar, atual vice-presidente financeiro e que acumulará, por ora, as duas funções.

A previsão da Embraer é encerrar 2010 com receita ao redor de 1,1 bilhão de reais na área de Defesa, representando pouco mais de 12 por cento do total. A maior parcela das vendas vem da aviação comercial, com fatias menores em jatos executivos e prestação de serviços. Para 2011, a estimativa é de faturamento com Defesa superior a 1,5 bilhão de reais.

"O negócio de Defesa hoje é mais ou menos do tamanho que toda a Embraer tinha em 1997. Já é um porte em que ter maior autonomia tende a levar a um resultado mais efetivo", disse Curado.

Criada pelo governo brasileiro em 1969 para suprir as Forças Armadas, a Embraer ficou mais conhecida em sua história recente, sobretudo após ser privatizada em 1994, por vender aviões regionais a companhias aéreas comerciais.

Enquanto o mercado de aviação comercial e executiva caminha junto com o desempenho da economia, os orçamentos de Defesa --bancados pelos governos-- são mais estáveis.

O presidente-executivo da Embraer acredita ser "bastante factível" que a receita no segmento de Defesa represente 20 por cento do faturamento total da empresa nos próximos anos. "Alguma coisa como 20 por cento em alguns anos seria algo mais compatível com a visão que nós temos", afirmou Curado.

Atualmente, cerca de 1.100 dos 17 mil funcionários da Embraer trabalham na área de Defesa.

Vant

O portfólio da Embraer em Defesa inclui aeronaves de patrulha e vigilância, de combate leve e treinamento e transporte, que estão em uso em mais de 30 forças de defesa no mundo. A empresa está desenvolvendo o cargueiro KC-390, previsto para entrar em serviço em 2015 e que será o maior avião já produzido no Brasil.

Curado revelou que a Embraer avaliará, no futuro, sobre o desenvolvimento próprio ou em parceria de um Veículo Aéreo Não Tripulado (Vant).

"Esse é um exemplo real de um dos focos que vamos atrás", declarou. "Nós projetamos que haverá necessidade (de um Vant) para o Brasil, para Aeronáutica, Exército, de repente até Polícia. Isso é uma plataforma que tende a ficar cada vez mais demandada", acrescentou, sem dar mais detalhes.

Cargueiro

O KC-390 já tem intenções de compra de 54 unidades, sendo 28 aviões pela Força Aérea Brasileira (FAB) e os demais por Chile, Colômbia, Portugal e República Tcheca.

Curado disse que em 2011 a Embraer entrará em "discussões mais detalhadas" para transformar as cartas de intenções em encomendas firmes envolvendo o KC-390, cujo preço de tabela ainda não foi definido. Segundo ele, os contratos finais devem demorar "pelo menos mais um ano" para que sejam assinados.

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