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Embora eleito, Donald Trump continuará fora das lojas da Macy’s

Rede decidiu manter a decisão tomada há um ano e meio de parar de vender os produtos da marca do recém-eleito presidente americano

Loja da Macy's em Nova York (Wikimedia Commons)

Loja da Macy's em Nova York (Wikimedia Commons)

Tatiana Vaz

Tatiana Vaz

Publicado em 13 de novembro de 2016 às 08h06.

Última atualização em 13 de novembro de 2016 às 08h06.

São Paulo – A escolha de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos pode mudar muita coisa no país ( e no mundo), mas uma coisa ainda é certa: os produtos de sua marca seguirão fora das gôndolas da Macy´s.

"Não vamos vender marcas de um candidato político, seja ele republicano ou democrata”, disse Terry Lundgren, presidente da rede, em entrevista a Fortune.

A maior rede de varejo de moda americana havia decidido tirar de suas lojas todos os itens assinados por Trump, entre ternos, gravatas e outros acessórios, há um ano e meio.

Na época da decisão, o então candidato havia feito uma declaração sobre os mexicanos que trabalham nos Estados Unidos – boa parte deles para a Macy´s, aliás.

Trump disse que “(os imigrantes mexicanos) estão trazendo (para o EUA) drogas. Eles estão trazendo crime. Eles são estupradores. E alguns, presumo, são boas pessoas”, declarou.

A resposta da varejista de cortar a relação comercial foi imediata. Em resposta, Trump incitou as pessoas a boicotarem a Macy e divulgou um comunicado sobre sua decisão de encerrar o relacionamento com a empresa porque ela "claramente" apoia a imigração ilegal.

Ao longo de 2015, Trump redigiu 34 tuítes para falar mal da Macy´s. Este ano, mais comedido, rendeu apenas uma mensagem, em janeiro, quando as ações da empresa mergulhavam 40% na bolsa, comparadas com o ano anterior.

“Com certeza os tuítes nos atrapalharam, mas é difícil saber quanto”, disse Lundgren.

Curto inverno

Coincidência ou não, o fato é que o desempenho da Macys só piora desde o embate com o eleito presidente americano nesta semana.

O inverno mais quente que o previsto, aliado ao avanço das lojas online, recessão econômica e aumento do preço do algodão vindo da China, acabou por levar a empresa a ter uma queda nas vendas de 4,3% no quarto trimestre do ano passado.

Os desafios fizeram a companhia entrar em um longo processo de reestruturação, onde grandes lojas não fazem tanto sentido quanto antes, em meio ao aumento das compras online.

Em agosto, a rede anunciou que fechará 100 lojas até o início de 2017, quase 15% das suas atuais 728 . O plano é se desfazer dos endereços pouco rentáveis e direcionar os esforços para as unidades lucrativas.

Os imóveis onde esses pontos estão são parte arrendados, parte próprios. Isso está sendo levado em conta no negócio, com a intenção de levantar um bom dinheiro com a venda de alguns desses ativos - e caber novamente no modelito de lojas de departamentos mais lucrativa do mundo.

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