Loja da Apple em NY - Broadway Foto: Leandro Fonseca Data: 21/09/2023 (Leandro Fonseca/Exame)
Publicado em 15 de janeiro de 2024 às 11h06.
A Apple está encerrando um grupo de trabalho de 121 pessoas que trabalhavam com inteligência artificial em San Diego, nos Estados Unidos. O grupo, conhecido como Data Operations Annotations, foi informado na quarta-feira que a operação será fundida com a de Austin, no Texas. Quem não optar pela transferência será demitido no dia 26 de abril.
O grupo, que também tem escritórios na China, Índia, Irlanda e Espanha, é responsável por melhorar a Siri ouvindo as consultas ao serviço de voz e determinando se ela ouviu e tratou as perguntas de maneira precisa. O anúncio do fechamento do grupo em San Diego foi feito por Christine DeFilippo, uma das principais auxiliares do chefe de inteligência artificial da Apple, John Giannandrea.
Uma porta-voz da Apple confirmou a decisão de realocação, afirmando que a empresa está reunindo suas equipes de "Data Operations Annotations" nos EUA no campus em Austin, onde a maioria da equipe já está baseada. Ela acrescentou que "todos os funcionários atualmente empregados terão a oportunidade de continuar sua função com a Apple em Austin".
A empresa também afirmou estar "profundamente comprometida com San Diego", onde tem "crescido significativamente", e que está continuando a contratar conforme expande as equipes de engenharia.
Para a equipe de San Diego, a mudança foi uma surpresa. A equipe de inteligência artificial vinha trabalhando em um escritório alugado pela Apple, segundo as pessoas. Mas a empresa havia informado recentemente que eles seriam realocados para um novo campus da Apple na região no final de janeiro. No início deste mês, a Apple distribuiu caixas para os funcionários se prepararem para a mudança dentro da cidade.
Em vez disso, agora terão que se mudar para o Texas. Pessoas familiarizadas com o assunto disseram à Bloomberg que a maioria dos trabalhadores afetados indicou que não está disposta a se mudar para Austin. A Apple disse aos funcionários que eles podem se candidatar a outros empregos, mas alguns não acham que serão elegíveis para muitas funções porque não têm formação em engenharial
Os funcionários de San Diego se concentravam no uso da Siri em hebraico, inglês, vários dialetos de espanhol, português, árabe e francês.
A mudança tem o potencial de resultar na saída de várias dezenas de trabalhadores da empresa. A Apple, que tinha 161.000 funcionários até setembro, conseguiu evitar demissões nd maioria desde a pandemia, ao contrário de muitos de seus concorrentes no setor de tecnologia. No entanto, ela cortou alguns empregos corporativos em abril passado, assim como recrutadores.
Os funcionários dispostos a se mudar para Austin até o final de junho poderão manter seus empregos, disse a Apple. A empresa está oferecendo auxílios de mudança de 7.000. dólares Aqueles que optarem por deixar a Apple terão seus empregos eliminados e receberão quatro semanas de indenização, além de uma semana adicional para cada ano trabalhado. Eles também terão seis meses de seguro saúde.
A equipe tem uma história notável dentro da Apple. Há anos, o grupo era composto principalmente por terceirizados que ouviam as consultas à Siri para garantir sua precisão. Essa prática levantou preocupações com a privacidade e foi tornada opcional para os clientes em 2019. Os terceirizados acabaram sendo demitidos e substituídos por funcionários em tempo integral.
A Apple vem passando por dias tumultosos nas últimas semanas. Arrefecimento de demanda e resultados trimestrais baixos fizeram as recomendações da empresa caírem por pelo menos duas casas. A gigante de tecnologia perdeu quase US$ 200 bilhões em valor de mercado, em meio a incertezas sobre o futuro na China, sinais de enfraquecimento das vendas e crescente riscos legais nos Estados Unidos.
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A notícia mais recente é que a empresa oferecerá descontos na sua linha mais recente de iPhones na China pela primeira vez em anos, o que pode aumentar os temores sobre o declínio de demanda no seu produto principal.
O desconto será de 70 dólares. A oferta vai de 18 a 21 de janeiro, antecipando a temporada de compras do Ano Novo Lunar.
A iniciativa coincide com uma crescente preferência na China por marcas locais, como a Huawei, bem como decretos que proíbem o uso de dispositivos estrangeiros em um número crescente de agências e empresas apoiadas pelo Estado.
Analistas afirmam que o último iPhone 15 da Apple vendeu muito menos do que seu antecessor durante o lançamento do produto na China no ano passado. A Jefferies alertou que as vendas de iPhones em 2023 na China podem ter caído 30% depois que a Huawei introduziu a série Mate 60 com um processador feito na China de 7 nanômetros - uma conquista saudada pela mídia estatal como um avanço nacional, apesar das sanções dos EUA.
Os parceiros de varejo chineses da Apple costumavam oferecer cortes mais acentuados nos últimos iPhones. A própria Apple geralmente faz descontos anuais em dispositivos antes do Ano Novo Lunar, que cai em fevereiro este ano e é considerado o feriado mais importante do país. No entanto, a empresa não reduz os preços dos iPhones mais recentes há anos.
Os descontos deste ano incluem desde o iPhone 13 até o iPhone 15 Pro Max. A Apple também oferecerá economias em dispositivos, incluindo o MacBook Air, a maioria dos modelos de iPad, alguns AirPods e o Apple Watch SE, de acordo com seu site. A empresa está reduzindo até 800 yuan do preço do MacBook Air.