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Em greve, funcionários da Eletrobras farão passeata

Nesta segunda-feira pela manhã, entre 50 e 100 funcionários do grupo realizaram um protesto contra a atual administração da companhia


	Usina de Furnas: sindicalistas acusaram o governo federal de estar destruindo as empresas da Eletrobras, como Furnas e Chesf
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Usina de Furnas: sindicalistas acusaram o governo federal de estar destruindo as empresas da Eletrobras, como Furnas e Chesf (.)

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Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2013 às 16h02.

Rio - Os trabalhadores do Sistema Eletrobras (ELET3) prometem realizar na próxima quinta-feira, 18, às 11h, uma passeata pelas ruas do Rio de Janeiro contra o atual processo de reestruturação da companhia e a proposta para o acordo coletivo deste ano.

Os funcionários irão se reunir em frente à sede da holding federal, na Avenida Presidente Vargas, e marcharão até a Cinelândia através da Avenida Rio Branco, no centro da cidade.

Nesta segunda-feira pela manhã, entre 50 e 100 funcionários do grupo, boa parte deles da área administrativa da holding, realizaram um protesto contra a atual administração da companhia.

Durante o ato, as entidades sindicais criticaram o fato de a Eletrobras estar impondo aos seus empregados a conta dos efeitos negativos da Medida Provisória (MP) 579, a qual reduziu fortemente a geração de caixa dos ativos de geração e transmissão com as concessões renovadas. Os sindicalistas acusaram o governo federal de estar destruindo as empresas da Eletrobras, como Furnas e Chesf.

No ato, que contou com a participação de entidades como a Aeel, dos funcionários da Eletrobras, o Senge-RJ (ligados aos engenheiros) e o Sintergia-RJ (dos empregados de energia do Rio de Janeiro), os sindicalistas também exigiram a saída dos empregados contratados sob o regime do artigo nº 37 da Constituição. Esse artigo permite que cargos de confiança nas diretorias do grupo sejam preenchidos sem a realização de concursos públicos. Nos cálculos dos sindicatos, cada "funcionário artigo 37" custaria em torno de R$ 1,2 milhão ao ano aos cofres da estatal federal.

Greve

Nesta segunda, os funcionários de todas as empresas do Sistema Eletrobras entraram em greve por tempo indeterminado. Os empregados da área de operação que começaram a trabalhar no turno da noite não serão rendidos. As equipes de manutenção também não saíram a campo para realizar os serviços de rotina nos ativos. Segundo o diretor da Aeel e do Sinergia, Emanuel Torres, entre 80% e 90% de trabalhadores do Sistema Eletrobras estão em greve. A força de trabalho do grupo é composta por aproximadamente 28 mil pessoas, número que será reduzido para algo próximo a 24 mil pessoas após o fim do Plano de Incentivo ao Desligamento (PID).


A greve ocorre em meio ao impasse nas negociações para o acordo coletivo de 2013. Enquanto a estatal federal propõe reajustar os salários pelo IPCA, que acumula alta de 6,7% nos últimos 12 meses, os sindicatos desejam o reajuste atrelado ao índice do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o que seria um aumento de 6,88%, mais 4,3 ponto porcentual relativo ao crescimento médio do consumo residencial nos últimos meses. "A Eletrobras nos ofereceu o reajuste pelo IPCA e disse que não poderia nos oferecer nada mais além disso", afirmou.

Além do reajuste abaixo do esperado, Torres disse que o acordo coletivo proposto pela Eletrobras prevê a retirada da anuênio aos novos funcionários. O anuênio garante um valor adicional pago nos salários anualmente por tempo de serviço trabalhado. "Somos contrários à retirada de benefícios dos trabalhadores. Ao retirar o anuênio, isso gera um clima ruim dentro da empresa porque cria duas categorias de empregados", disse o sindicalista. As negociações entre as partes tiveram início em abril, mas estão paralisadas desde o dia 4 deste mês, quando a administração da estatal e os sindicatos estiveram reunidos pela última vez em Brasília.

Em paralelo à passeata marcada para quinta-feira, os sindicatos prometem continuar promovendo atos em frente à sede administrativa da Eletrobras todos os dias até que a administração da estatal reabra as discussões para o acordo coletivo de 2013. Mesmo depois das entidades sindicais terem anunciado, na semana passada, o início da greve a partir desta segunda, Torres afirmou que nenhum representante da estatal federal buscou os sindicalistas para negociar. O protesto ocorreu de forma pacífica e não chegou a atrapalhar o trânsito do centro do Rio.

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