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Em busca de brigadeiro e pão de queijo: fintech chilena capta US$ 9,3 milhões e chega ao Brasil

A Toku, fintech de pagamento recorrrente, deve investir cerca de R$ 10 milhões na operação brasileira

Cristina Etcheberry, da Toku: "queremos chegar a 50 clientes no Brasil até o final de 2025" (Toku/Divulgação)

Cristina Etcheberry, da Toku: "queremos chegar a 50 clientes no Brasil até o final de 2025" (Toku/Divulgação)

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 16 de abril de 2024 às 04h55.

Última atualização em 16 de abril de 2024 às 10h15.

O primeiro emprego da chilena Cristina Etcheberry foi na Latam, companhia aérea onde ficou por quase 3 anos e teve o primeiro contato com a cultura brasileira. Foi o período em que se apaixonou por queridinhos da cultura gastronômica daqui: brigadeiro e pão de queijo. 

A profissional é a CEO da Toku, uma fintech chilena que está desembarcando no Brasil. Criada em 2020 em Santiago, no Chile, a startup oferece serviços para grandes empresas em mercados, como educação, mercado imobiliário, crédito e seguros.

O que a startup faz 

Os produtos são direcionados a pagamentos recorrentes, com soluções para automatizar e orquestrar as transações e as cobranças a partir de diferentes meios de pagamento, incluindo boleto e pix. Além disso, adiciona uma camada de comunicação, alertando os consumidores nas datas de pagamento.  

De acordo com dados da startup, os clientes conseguem garantir cerca de 5% a mais da receita por um valor até 30% menor.

“O problema que nós identificamos na Toku é que, por vezes, essas empresas latinoamericanas não têm a estrutura e a tecnologia para coletar esses pagamentos de forma efetiva, o que, basicamente, os distrai do foco do negócio”, afirma Etcheberry. “Se você pensar em uma universidade ou um colégio, eles devem pensar em como melhorar a educação, e não concentrar as reuniões discutindo as finanças”. 

Formada em administração de empresas, a executiva cresceu ouvindo sobre finanças em casa. O pai dela é o fundador da Klap, uma rede de maquininhas chilena e foi presidente do diretório do Banco do Estado.

Além do Chile, a Toku também opera no México. “Nós temos crescido muito”, afirma Etcheberry, sobre o ritmo de expansão da startup, em torno de 70% a cada trimestre desde o seu lançamento.

A entrada no Brasil acontece no momento em que a startup acaba de captar US$ 9,3 milhões em rodada série A. O investimento foi liderado pela Gradient Ventures e contou com a participação de fundos como F-Prime, Clocktower, Y Combinator, Wollef e Funders Club. Desde a fundação, a startup obteve mais de US$ 18 milhões em recursos.

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Como será a entrada no Brasil

Para dar o start no Brasil, a Toku está colocando, pelo menos, US$ 2 milhões - o equivalente a mais de R$ 10 milhões. A operação começa com cinco profissionais e um escritório em São Paulo.

A liderança será de Gabriel Pimentel, profissional com passagens por empresas como Mercado Livre, Twitter e Itaú BBA. Ele também ocupa a posição de head de vendas na Toku.

O desembarque por aqui está sendo feito com três clientes para os quais a startup está criando produtos customizados. "Basicamente, estamos desenvolvendo um software que ajuda companhias a coletar a receita, integrando todas as formas de pagamento, como pix, crédito, débito e pagamento em espécie", afirma a CEO. A expectativa é de ter cerca de 50 até o fim de 2025.

A escolha do Brasil como destino se deu, segundo a executiva, pelo tamanho do mercado local, com mais de 200 milhões de pessoas. Além disso, vê oportunidades para responder as algumas dores nos mercados em que atua. "Nós temos visto um problema que não foi resolvido, em que essas companhias precisam desenvolver um monte de infraestrutura em casa e não estão felizes com os seus produtos e opções", diz Etcheberry.

Como não só de trabalho vive o ser humano, a profissional também quer se reencontrar, com a startup pousando por aqui, com as guloseimas que descobriu em sua primeira experiência profissional.

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