Gianluca Nardo, Flávia Prado, Adrian Ferguson e César Moura, sócios da HYPR: R$ 40 milhões levando publicidade para o digital (Gui Souza/Divulgação)
Repórter de Negócios e PME
Publicado em 8 de maio de 2023 às 13h43.
Última atualização em 9 de maio de 2023 às 11h17.
A startup de marketing HYPR tem crescido de forma acelerada ao adotar um método oposto ao que é considerado mais comum no mercado, já que aposta no potencial da publicidade instalada em pontos físicos para alavancar as vendas no ambiente digital.
Em dois anos, a empresa já acumula receitas de R$ 40 milhões e uma carteira de mais de 100 clientes, entre eles gigantes como Itaú, L’Oréal e a varejista Amazon.
A expansão da startup chama a atenção também pelo fato de ter se dado durante as fases mais agudas da pandemia, enquanto boa parte da população estava confinada em casa e o potencial das mídias externas (out of home, pelo jargão do setor), eram pouco exploradas. Entre os exemplos de mídia desse tipo estão propagandas instaladas em estabelecimentos comerciais, outdoors, pontos de ônibus e outros locais com grande concentração de pedestres.
A HYPR usa um sistema de geolocalização para identificar a movimentação de pessoas em locais físicos específicos. A ideia é oferecer um estudo detalhado a marcas que costumam instalar propagandas nas ruas e desejam segmentar sua comunicação e marketing com aparições em locais considerados estratégicos.
O monitoramento é feito a partir dos smartphones dos usuários que consentiram explicitamente em compartilhar seus dados de localização.
A proposta está em instigar consumidores para que, após o contato com alguma publicidade nas ruas, possam concluir sua jornada de compra no ambiente digital — geralmente, no e-commerce daquela empresa. “Queremos levar a jornada de compra para o digital e ser o braço direito de anunciantes e agências que precisam levar essa inteligência de negócios ao marketing e assim ser mais precisos”, diz César Moura, fundador e diretor de produtos da HYPR.
A relevância dos pontos físicos para o varejo brasileiro, segundo Moura, servirá de estímulo para o crescimento do e-commerce — e consequentemente do marketing voltado para esse nicho. Nesse cenário, negócios como o da HYPR também tendem a ser impactados de maneira positiva. “Hoje 80% das compras são concluídas em lojas físicas. Isso é o que justifica o crescimento da empresa nesses últimos anos, já que anunciantes querem entender como usar isso em benefício próprio", diz.
Ao lado de Moura, no comando do negócio estão os sócios Adrian Ferguson e Gianluca Nardo. Em comum, todos faziam parte da startup Incognia (ex-Inloco) e foram desligados após uma demissão em massa que atingiu mais de 100 pessoas em março de 2020. Atualmente, a executiva Flávia Prado também faz parte do quadro de sócios.
Em dois anos, a HYPR acumulou receitas de R$ 40 milhões, com a expectativa de dobrar esse resultado, para R$ 80 milhões, até o final de 2023. Parte dessa projeção se justifica pelo fechamento de novos projetos com grandes marcas como a marca de cervejas Heineken. Até o momento, a HYPR já concluiu cerca de 700 projetos e mapeou 17 milhões de locais no Brasil.
O valor de mercado da HYPR, pelas estimativas da empresa, é de R$ 200 milhões.“Nosso cliente perfeito é aquele que já está saturado do Google e Meta e querem encontrar novas maneiras de expandir a publicidade online”, diz Moura.
Para este ano, a empresa pretende investir cerca de R$ 7 milhões para o desenvolvimento de tecnologias proprietárias.