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Da Redação
Publicado em 13 de setembro de 2011 às 19h34.
Rio - A Eletronuclear deve encaminhar ao governo federal até o final de fevereiro cinco propostas de locais para serem construídas duas usinas nucleares no Nordeste do País. Entre as propostas, há pelo menos uma área próxima ao Rio São Francisco, que está praticamente certa de ser encaminhada. "Não sabemos se vai ser na foz, ou no meio do Estado, mas a região que beira o São Francisco está sobre uma base calcária, muito difícil de ser encontrada no País", comentou assistente da Presidência da Eletronuclear, Leonam Guimarães, em evento para discutir o tema, promovido pelo Clube de Engenharia.
De acordo com ele, estão sedo estudadas microrregiões nos Estados da Bahia, Sergipe, Pernambuco e Alagoas, locais em que serão identificadas as cinco propostas a serem encaminhadas ao governo. A ideia, disse, é que até o final do ano o governo federal escolha uma entre as cinco propostas. "A decisão será política e as duas usinas serão construídas no local, com possibilidade de ampliação para até seis unidades no futuro. O impacto econômico-social para a região escolhida será fantástico", afirmou.
Ele negou que exista riscos ambientais com a utilização da água do Rio São Francisco para a usina. "Ao contrário de Angra dos Reis, em que utilizamos a água do mar para refrigeração da usina, teremos uma torre de refrigeração que vai utilizar muito pouco a água do rio", explicou. Segundo o assistente da presidência, as duas demais usinas programadas para serem construídas até 2030 serão construídas no Sudeste, em área ainda a ser estudada pela Eletronuclear. "Vamos começar este procedimento apenas no final do ano, após o governo ter escolhido a localidade das primeiras duas." Cada uma das quatro unidades terá capacidade para gerar 1 mil megawatts (MW).
Ainda de acordo com Guimarães, as obras para a construção da usina nuclear de Angra 3 deverão ser iniciadas em fevereiro. As obras aguardam apenas a licença de construção que deverá ser concedida pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Segundo ele, o atraso de pelo menos dois meses na concessão desta licença se deve a uma ação movida pelo Ministério Público de Angra dos Reis, que visava suspender a licença parcial das obras, concedida no ano passado.
"Depois que concluímos toda a fase inicial, com a impermeabilização do solo, o MP pediu uma liminar para cancelar a licença. A liminar foi cancelada, porque a obra já havia sido realizada, mas a CNEN aguarda o julgamento do mérito da ação para dar continuidade ao licenciamento", explicou. Segundo ele, o atraso no lançamento destas obras, já adiou o término da usina de maio para julho de 2015.