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Eletrobras será criteriosa para entrar em novos projetos

Companhia não conseguiu a rentabilidade desejada para vencer lotes no leilão de transmissão de energia da semana passada


	Trabalhadores removem partes de um poste de energia para reconstruir a linha de transmissão: Grupo deve ter uma redução anual de receita de cerca de R$ 8,7 bi após a renovação das concessões
 (Ina Fassbender/Reuters)

Trabalhadores removem partes de um poste de energia para reconstruir a linha de transmissão: Grupo deve ter uma redução anual de receita de cerca de R$ 8,7 bi após a renovação das concessões (Ina Fassbender/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2013 às 13h48.

São Paulo - A Eletrobras não conseguiu a rentabilidade desejada para vencer lotes no leilão de transmissão de energia da semana passada e está concentrada na melhoria da rentabilidade do grupo, disse nesta sexta-feira o diretor de Finanças da estatal, Armando Casado.

"Estamos procurando negócios bons, rentáveis. O foco econômico-financeiro virou um pilar muito importante para nós. Acredito que agora a gente está encontrando as soluções para mostrar ao mercado que estamos fazendo um trabalho para valorização da companhia", disse Casado, em teleconferência com analistas sobre o resultado do grupo no primeiro trimestre.

O leilão de transmissão realizado na semana passada contou com uma participação mais comedida da Eletrobras em relação às competições anteriores, o que surpreendeu agentes do setor. No leilão, outras tradicionais companhias do setor não participaram e espanholas foram as grandes vencedoras.

Casado disse que a Eletrobras está muito concentrada na melhoria da rentabilidade do grupo, que trabalha agora com uma nova realidade de receita após a redução decorrente da renovação antecipada e condicionada de concessões do setor elétrico que venceriam de 2015 a 2017.

"Temos que ter cuidado na expansão dos nossos investimentos, porque agora termos que ser certeiros na rentabilidade desses novos negócios", disse o executivo.

O Grupo Eletrobras deve ter uma redução anual de receita de cerca de 8,7 bilhões de reais após a renovação das concessões e prepara um plano de reestruturação.

A companhia também ainda aguarda uma indenização adicional a receber por investimentos não amortizados em ativos de transmissão de energia existentes até maio de 2000 e que foram renovados. Casado disse que a previsão é apresentar ao governo até setembro a reivindicação quanto a valores residuais a receber, sendo que até dezembro esses montantes devem ser contabilizados no balanço da companhia.


Plano de demissão

O plano de incentivo ao desligamento da Eletrobras, que faz parte do programa para reduzir custos e melhorar a eficiência do grupo, foi aprovado pelo governo federal nesta semana, segundo Casado. A aprovação era necessária para que o plano fosse efetivamente implementado.

Segundo Casado, no próximo trimestre a empresa deve ter mais informações sobre o impacto e provisão necessária para o plano de demissão voluntária.

Executivos da empresa já haviam mencionado um custo total entre 1,4 bilhão e 2 bilhões de reais para o plano, com adesão de pelo menos 5 mil funcionários.

Distribuidoras

A Eletrobras considera que poderá participar de um aumento de capital para manter a participação na Cemat, caso o processo ocorra após a mudança de controle da empresa.

A distribuidora de energia do Mato Grosso que pertence ao Grupo Rede Energia está em processo de intervenção e a empresa deve ser adquirida por CPFL Energia e Equatorial. A Eletrobras tem uma fatia total de cerca de 40,9 por cento na Cemat, segundo dados de dezembro de 2012.

A estatal não participou do aumento de capital realizado na Celpa, distribuidora paraense que também era controlada pelo Grupo Rede e tem a Eletrobras como sócia minoritária. Após processo de recuperação judicial, a Celpa foi assumida pela Equatorial.

Segundo Casado, a Eletrobras não conseguiu avançar nas negociações para transformar os créditos que tinha com a Celpa em capital e decidiu não participar do processo.

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