Eletrobras: estatal recebeu R$ 17,035 bilhões referentes a indenização pela renovação antecipada das concessões de energia em 2012 (REUTERS/Paulo Santos)
Da Redação
Publicado em 16 de agosto de 2016 às 09h08.
São Paulo - A Eletrobras apresenta lucro líquido atribuído aos controladores de R$ 12,722 bilhões no segundo trimestre de 2016, revertendo prejuízo líquido de R$ 3,898 bilhões no primeiro trimestre do ano e também o prejuízo de R$ 1,358 bilhão há doze meses.
No período, a holding estatal de energia elétrica informa reconhecimento contábil referente à RBSE com impacto líquido de R$ 17,035 bilhões - o dado se refere a indenização por ativos não amortizados anteriores a 2000.
O Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado alcançou R$ 23,385 bilhões, revertendo o indicador negativo do primeiro trimestre, de R$ 2,041 bilhões.
Já o Ebitda das controladas somou R$ 22,689 bilhões, aumento de 2862% sobre os R$ 766 milhões do trimestre imediatamente anterior.
A receita líquida cresceu 300%, para R$ 33,085 bilhões, ante R$ 8,227 bilhões no segundo trimestre de 2015.
O resultado financeiro líquido segue negativo na comparação com o primeiro trimestre deste ano, em R$ 1,232 bilhão, ante R$ 1,345 bilhão de janeiro a março, o que a administração considera que não apresenta "variação relevante".
No semestre, o lucro líquido atribuído aos controladores ficou em R$ 8,824 bilhões, ante prejuízo de R$ 103 milhões no mesmo intervalo de 2015, influenciado pelos efeitos da Portaria nº 120, de 20 de abril, do Ministério de Minas e Energia, que estabeleceu as condições de pagamento e remuneração relativa à Rede Básica do Sistema Existente (RBSE), com impacto na receita de transmissão, na conta de atualização das taxas de retorno de transmissão de R$ 25,810 bilhões.
Como provisão de IRPJ/CSLL referente a esse reconhecimento de RBSE, o montante foi de R$ 8,775 bilhões. Além disso, a Eletrobras fez provisões operacionais de R$ 6,587 bilhões no semestre, com destaque para o impairment e provisão para contrato oneroso de Angra 3 somando R$ 4,092 bilhões. No semestre, a estatal diz ainda que o prejuízo das subsidiárias de distribuição foi de R$ 1,811 bilhão.
No resultado do semestre da controladora, também há menção a um passivo a descoberto em controladas de R$ 6,379 bilhões, em especial das distribuidoras (da Eletrobras e da Eletronuclear) e provisões para contingências judiciais de R$ 1,901 bilhão.