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Eletrobras registra queda de 77% no lucro no primeiro trimestre

No consolidado, o resultado ficou negativo em R$ 1 509 bilhão, mais de quatro vezes os R$ 336 milhões negativos reportados um ano antes

Eletrobras: grande variação cambial é um dos fatores que prejudicaram o balanço da estatal (Brendan McDermid/Reuters)

Eletrobras: grande variação cambial é um dos fatores que prejudicaram o balanço da estatal (Brendan McDermid/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de maio de 2020 às 07h22.

A Eletrobras reportou lucro líquido de R$ 306,83 milhões no primeiro trimestre de 2020, o que representa queda de 77,23% na comparação com o lucro líquido de R$ 1,347 bilhão de igual período do ano anterior.

A estatal também reportou lucro líquido atribuído aos sócios da empresa controladora de R$ 300,15 milhões, montante 78,53% menor na comparação com o lucro líquido atribuído aos controladores de R$ 1,397 bilhão em igual período do ano anterior.

Conforme a empresa, o desempenho trimestral foi afetado por dois efeitos econômicos negativos, sem efeito financeiro: a variação cambial e a nova mensurarão do valor justo das receitas da Rede Básica Sistema Existente (RBSE), ativos existentes até maio de 2000 e que não haviam sido amortizados até 2013, No primeiro caso, a desvalorização do real frente ao dólar levou a um registro de variação cambial negativa em R$ 665 milhões. Já a remensuração da RBSE levou a um R$ 411 milhões nessa linha.

No consolidado, o resultado financeiro ficou negativo em R$ 1 509 bilhão, mais de quatro vezes os R$ 336 milhões negativos reportados um ano antes.

A Eletrobras também reportou lucro recorrente de R$ 981 milhões no primeiro trimestre, inferior ao R$ 1,64 bilhão anotado de janeiro a março de 2019. Segundo a companhia, desconsiderando-se esses dois efeitos, o lucro recorrente seria R$ 282 milhões superior ao que foi reportado um ano antes.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) da Eletrobras somou R$ 2,803 bilhões, queda de 5% frente o reportado no mesmo período do ano passado, com margem Ebitda de 40%, com baixa de 6 pontos porcentuais.

O Ebitda recorrente, que não considera fatores como os custos extraordinários com planos de aposentadoria extraordinária (PAE) e Demissão consensual (PDC), provisões para contingência e perdas em investimentos, contratos onerosos e impairment, entre outros, somou R$ 3,227 bilhões alta de 3,8% na comparação anual. Neste caso, a margem Ebitda alcançou 46%, 2,3 p.p. abaixo do verificado no primeiro trimestre de 2019.

A receita operacional líquida da companhia somou R$ 6,95 bilhões entre janeiro e março deste ano, alta de 7,6% ante a cifra de R$ 6,465 bilhões na mesma base de comparação. A expansão foi influenciada pelo aumento nas vendas no mercado livre e por reajustes contratuais.

Dívida líquida

A Eletrobras encerrou março com uma dívida líquida recorrente de R$ 21,05 bilhões, montante 5,4% maior que os R$ 19,97 bilhões anotados ao fim do primeiro trimestre do ano passado e em linha com os R$ 21,04 bilhões reportados no encerramento de 2019.

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