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Eletrobras pode pedir reparação por cartel em Belo Monte

O Cade afirmou nesta semana que a Andrade Gutierrez assinou acordo no qual admite ter participado de um cartel para obter o contrato de construção da usina

Belo Monte: Ferreira lembrou que a Eletrobras contratou investigações independentes para apurar eventuais práticas de corrupção após ter projetos citados na Lava Jato

Belo Monte: Ferreira lembrou que a Eletrobras contratou investigações independentes para apurar eventuais práticas de corrupção após ter projetos citados na Lava Jato

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Reuters

Publicado em 18 de novembro de 2016 às 19h18.

Rio de Janeiro - A estatal Eletrobras pode ir à Justiça para pedir reparação de eventuais prejuízos causados à companhia por um cartel de empreiteiras que teria atuado na licitação e na obra da hidrelétrica de Belo Monte, que está sendo construída no Pará, disse a jornalistas nesta sexta-feira o presidente da companhia, Wilson Ferreira Jr..

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) afirmou nesta semana que a construtora Andrade Gutierrez assinou um acordo de leniência no qual admite ter participado junto com Camargo Corrêa e Odebrecht de um cartel para obter o contrato de construção da usina no rio Xingu.

Ferreira lembrou que a Eletrobras contratou investigações independentes para apurar eventuais práticas de corrupção após ter projetos citados na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga uma série de casos de propinas entre partidos, políticos e empresas no Brasil.

Após o final da primeira etapa dos trabalhos de investigação, a companhia contabilizou um custo de 300 milhões de reais com corrupção.

"Nós concluímos uma investigação... para além disso, não posso colocar, porque seria irresponsabilidade... o complemento dos trabalhos são eventuais medidas de remediação... e eventual reparação. Temos um conjunto de advogados conosco, vão fazer as recomendações e é claro que podemos (buscar reparações)", disse o executivo em conferência de imprensa na sede da companhia.

O presidente da Eletrobras afirmou também que a estatal busca meios de retomar as obras da usina nuclear de Angra 3, que foram paralisadas neste ano em meio a abandono das empreiteiras por atrasos em pagamentos e acusações de que também teria havido cartel no empreendimento.

A Eletrobras já investiu 8,6 bilhões de reais na central nuclear em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, mas com as obras paradas e as acusações de corrupção todo o valor já foi alvo de baixas contábeis.

A paralisação da usina tem gerado custos anuais de cerca de 1,4 bilhão à companhia, disse Ferreira, que ainda não tem estimativa de quando a obra poderá ser retomada e nem em quanto tempo ela poderia ser concluída.

Mas a entrada da geradora nuclear em operação em 2021 já é descartada, e mesmo uma conclusão em 2022 já parece difícil, e o prazo pode acabar alongado.

"Já temos mais de metade da obra pronta, cerca de 60 por cento", disse Ferreira.

Segundo ele, os estudos das consultorias contratadas para avaliar Angra 3 devem ser encaminhados para o Ministério de Minas e Energia em dezembro.

Uma definição sobre o futuro do projeto deverá ser tomada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que reúne autoridades da área de energia do governo.

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