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Eletrobras pode agregar ativos para ajudar venda, diz fonte

O plano de desinvestimentos da Eletrobras poderá envolver o agrupamento de diversas participações minoritárias da estatal em pacotes, disse fonte


	Eletrobras: maior elétrica do país prepara-se para uma troca de comando
 (Tiago Queiroz)

Eletrobras: maior elétrica do país prepara-se para uma troca de comando (Tiago Queiroz)

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Da Redação

Publicado em 21 de julho de 2016 às 19h20.

São Paulo - O plano de desinvestimentos da Eletrobras poderá envolver o agrupamento de diversas participações minoritárias da estatal em pacotes, que concentrariam ativos por segmento de negócio e área geográfica para facilitar a venda a novos investidores, afirmou à Reuters nesta quinta-feira uma fonte de Brasília com conhecimento direto do assunto.

A maior elétrica do país prepara-se para uma troca de comando que deverá dar início a uma forte reorganização, com o novo presidente Wilson Ferreira Jr, ex-CEO da CPFL, encarregado de recuperar a companhia após mais de 30 bilhões de reais de prejuízos acumulados nos últimos quatro anos.

O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, já afirmou que a situação da Eletrobras é "insustentável" e exigirá uma redução do tamanho e do papel da empresa no setor elétrico do país.

Ele também sinalizou que o governo pretende vender inicialmente fatias minoritárias que a estatal detém em mais de cem projetos por meio de parcerias com agentes privados conhecidas como Sociedades de Propósito Específico (SPEs).

As fatias da Eletrobras nessas SPEs estão avaliadas em cerca de 20 bilhões de reais, segundo estudo apresentado pelo governo anteriormente.

"Não adianta vender as SPEs pulverizadas... pode agregar as SPEs por região e tipo de negócio, transmissão e geração, e fazer uma venda consolidada. Faz isso de uma forma agregada e vende, que vai ter muito mais valor agregado, conseguiria muito mais valor", afirmou a fonte, que falou sob a condição de anonimato porque os planos ainda estão em estudo.

Como exemplo, a fonte disse que poderiam ser criadas uma holding para ativos de transmissão no Nordeste; outra para participações e linhas no Norte; outra para Sudeste e Centro-Oeste; o mesmo poderia ser feito na geração, com a separação das fatias da estatal em usinas em pacotes regionais.

No caso das distribuidoras de energia da Eletrobras, o plano seria privatizar todas ou mesmo não renovar a concessão das mais deficitárias, que são as unidades que atendem Estados da região Norte do país.

O destino dessas empresas deverá ser decidido em assembleia de acionistas da estatal na sexta-feira, quando será levado a votação um plano que prevê a renovação dos contratos dessas empresas e posterior venda ou a devolução das concessões mais deficitárias.

A Eletrobras informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não comenta estudos ou planos sobre desinvestimentos enquanto eles não estiverem definidos.

A fonte afirmou ainda que o governo federal está "com bastante otimismo" em relação ao desenrolar do plano de desinvestimentos da elétrica, com diversas empresas já tendo procurado o Ministério de Minas e Energia para manifestar interesse em avaliar os ativos da Eletrobras.

"Eles têm sido procurados por muitos investidores novos... da Europa, Canadá, gente que não estava no setor e começou a vir olhar com bastante interesse", disse.

A fonte admitiu, no entanto, que as citações a empreendimentos da Eletrobras em investigações de corrupção podem dificultar o fechamento de negócios. A hidrelétrica de Belo Monte e a usina nuclear de Angra 3, por exemplo, estão sob acusações de envolvimento em propinas para políticos na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que apura um esquema entre políticos e empresários para desvio de recursos.

"Isso pode complicar, sim. Sabemos que há grupos que estão tentando vender ativos e na hora do fechamento não conseguem (por causa do envolvimento na Lava Jato)", afirmou.

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