Eletrobras: empresa era obrigada a comprar o excedente no mercado de curto prazo (Adriano Machado/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 29 de setembro de 2014 às 17h37.
Brasília - O presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, disse nesta segunda-feira, 29, que o conselho de administração da companhia aprovou a redução da garantia física da usina de Candiota III, que pertence à subsidiária Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE).
Movida a carvão, a usina era uma das principais obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na Região Sul do país e foi tirada do papel quando a presidente Dilma Rousseff era ministra de Minas e Energia, em 2005.
Inaugurada em 2011, ela nunca conseguiu gerar o volume de energia que deveria e foi uma das principais causas do prejuízo do grupo Eletrobras nos últimos três anos.
Como a usina não conseguia gerar todo o volume de energia esperado, a empresa era obrigada a comprar o excedente no mercado de curto prazo.
Carvalho Neto informou que o Ministério de Minas e Energia aprovou o pedido da empresa para reduzir a garantia física da usina de 303 MW médios para 267 MW médios.
Com essa redução, a energia que deixará de ser produzida por Candiota III será gerada por outras usinas do grupo, que pertencem à Eletronorte.
"Estávamos tendo algumas penalidades e conseguimos, através de diversas ações, praticamente mitigar essas penalidades", afirmou Carvalho Neto.
"Isso vai fazer com que, agora, ela tenha condições de voltar ao equilíbrio econômico-financeiro a partir do ano que vem."
No primeiro semestre, a CGTEE gerou um prejuízo de pouco mais de R$ 200 milhões para a Eletrobras. No ano passado, as perdas atingiram R$ 400 milhões. Agora, segundo ele, a CGTEE poderá voltar ao equilíbrio financeiro.
Carvalho Neto disse que a usina gerou ontem 280 MW médios e está em situação bem melhor.
"Estamos tendo uma manutenção melhor dela e o tempo de parada vai melhorar. Ela não vai gerar como a gente esperava antes. Então, estamos sendo conservadores."
Os problemas de Candiota III foram gerados por diversos furos que atingiram a caldeira da usina.
Toda vez que isso acontecia, a usina tinha que ser paralisada para reparos por alguns dias. A caldeira foi construída por uma empresa chinesa.
"Os chineses são os maiores geradores de energia a carvão. Não sei se foi o nosso carvão, que é mais abrasivo, que causou alguns furos na caldeira, mas agora estamos dominando esse problema."
O conselho de administração aprovou também a desativação das usinas Nutepa e São Jerônimo, também da CGTEE. As usinas eram antigas e já não estavam gerando energia.