Linhas de transmissão da Eletrobras: o despacho não significa, no entanto, que o teor do recurso foi acatado nem que a decisão anterior foi revogada (Adriano Machado/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 14 de fevereiro de 2014 às 11h13.
Brasília - A Eletrobras está livre, por enquanto, de ter de ressarcir em quase R$ 2 bilhões a Reserva Global de Reversão (RGR), fundo setorial que banca o pagamento das indenizações às empresas do setor elétrico.
Despacho publicado há um mês pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) obrigava a companhia a devolver o valor, que, na avaliação da Superintendência de Fiscalização Econômica e Financeira do órgão, era decorrente de apropriação indébita. Após essa publicação, a Eletrobras entrou com recurso.
Um despacho assinado nesta sexta-feira, 14, pelo diretor-geral da agência, Romeu Rufino, concedeu efeito suspensivo à decisão devido ao recurso da Eletrobras. Isso não significa, no entanto, que o teor do recurso foi acatado nem que a decisão anterior foi revogada.
Na prática, o despacho de hoje apenas suspende a decisão inicial, que obrigava a empresa a fazer o pagamento do montante em até 30 dias, até que o caso seja julgado pela diretoria da Aneel.
Segundo o órgão regulador, não há previsão sobre quando o processo entrará na pauta das reuniões da diretora, que ocorre todas as terças-feiras.
A Eletrobras é a gestora da RGR. Além de ser responsável pelo pagamento das indenizações às empresas que renovaram as concessões antecipadamente, o fundo também provê financiamento às companhias que atuam no setor de energia.
A Superintendência de Fiscalização Econômica e Financeira do órgão apurou que a Eletrobras teria se apropriado de parte do retorno de empréstimos concedidos por meio da RGR a empresas do setor.
Por isso, cobra a devolução ao fundo. A Eletrobras nega a acusação e não descarta, inclusive, ir à Justiça para reverter a decisão.