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Eletrobras defende investimento na Nicarágua

Manifestação pela realização do projeto foi realizada por meio de nota divulgada pela estatal nesta quarta


	Eletrobras: usina de Tumarín terá potência de 253 MW e vai custar US$ 1,1 bilhão
 (Adriano Machado/Bloomberg)

Eletrobras: usina de Tumarín terá potência de 253 MW e vai custar US$ 1,1 bilhão (Adriano Machado/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2014 às 20h27.

Brasília - A Eletrobras defendeu nesta quarta-feira, 26, a realização de investimentos na hidrelétrica de Tumarín, na Nicarágua, argumentando que "a decisão de realizar investimentos no empreendimento Tumarín, tomada por seu Conselho de Administração (CAE), em 14 de novembro, garante a viabilidade do projeto sob o ponto de vista técnico e contratual".

Essa manifestação pela realização do projeto foi realizada por meio de nota divulgada pela estatal nesta quarta-feira, 26.

Como informou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, em 18 de novembro, embora tenha registrado prejuízo de R$ 2,7 bilhões no terceiro trimestre, a Eletrobras havia decidido investir em uma hidrelétrica fora do País, em parceria com uma das empreiteiras citadas na Operação Lava Jato.

Tratava-se da hidrelétrica Tumarín, projeto que será tocado com a Queiroz Galvão.

A usina de Tumarín terá potência de 253 MW e vai custar US$ 1,1 bilhão. O primeiro aporte da Eletrobras será de US$ 100 milhões, com recursos do caixa da empresa.

O anúncio de um investimento no exterior chega em um momento delicado, em que a empresa anuncia perdas bilionárias, após um prejuízo de R$ 6,3 bilhões no ano passado e de R$ 6,8 bilhões em 2012.

O presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, disse na semana passada que as prisões de executivos de grandes empreiteiras na nova fase da Operação Lava Jato não deveriam prejudicar as obras da estatal, nem o plano de investimentos da empresa. Segundo ele, é preciso separar as suspeitas sobre pessoas físicas da atividade das construtoras.

Na nota divulgada hoje sobre Tumarín, a Eletrobras argumenta que tecnicamente, "as obras devem ser iniciadas imediatamente para aproveitar o período de seca (janela hidrológica) da região" e que, "caso isso não ocorra, o cronograma do projeto sofrerá atraso de cerca de um ano, comprometendo a rentabilidade do negócio".

A Eletrobras menciona que sob o ponto de vista contratual o início das obras é imprescindível para a manutenção da concessão para a Sociedade de Propósito Específico (SPE) responsável pelo empreendimento.

"Em relação à formação da SPE, a Eletrobras esclarece que a empresa e a Queiroz Galvão são sócias na construção do empreendimento e na operação e manutenção ao longo dos 39 anos de concessão", cita a nota.

De acordo com a Eletrobras, a participação em Tumarín apresenta-se como uma boa oportunidade de negócio com rentabilidade superior às atualmente obtidas no Brasil.

A estatal defende que "essa participação mostra-se condizente com a estratégia de internacionalização da empresa, que objetiva a melhoria da competitividade, a recuperação da capacidade de investimento e a geração de valor para a Eletrobras e seus acionistas, conforme previsto no Plano Estratégico do Sistema Eletrobras 2010-2020 e no Plano Diretor de Negócios e Gestão 2014-2018".

A estatal brasileira de energia elétrica menciona, na nota de hoje, que o processo de aprovação do Projeto Tumarín seguiu todos os ritos preconizados pelo sistema de governança corporativa da Eletrobras, atendendo às melhores práticas do mercado.

Segundo a empresa, o projeto Tumarín vem sendo estudado desde 2008 e foi apresentado ao Conselho de Administração em 2009, que aprovou a entrada no negócio.

Em 2011, os estudos iniciais foram apresentados ao Conselho, que aprovou a continuidade da ação. Desde então, o projeto vem sendo desenvolvido "com o objetivo de atender de forma criteriosa às condições de risco e rentabilidade aceitáveis pela Eletrobras".

"Em novembro de 2014, após atendimento às condições citadas, o projeto foi novamente submetido à apreciação de todos os integrantes do CAE para decisão final de investimento, tendo seu Plano de Negócios aprovado, sem objeção de nenhum dos conselheiros".

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